Alimentação é a segunda despesa que mais leva consumidores à inadimplência, aponta estudo
O peso no bolso do brasileiro com a alta dos preços dos alimentos levou ao crescimento do número de inadimplentes, aponta pesquisa da Boa Vista, empresa especializada em inteligência financeira e análise de crédito.
A pesquisa aponta que, no primeiro semestre deste ano, 18% dos inadimplentes no Brasil deixou de pagar as despesas com alimentação. Trata-se da maior porcentagem nos últimos 5 anos.
Contas diversas não pagas, que incluem despesas com educação, saúde, impostos, taxas, lazer e outros gastos, ainda têm sido apontadas pelos brasileiros nos últimos anos como a despesa que mais leva consumidores (23%) à inadimplência.
Mesmo com queda do IPCA, alimentos pressionam inflação
Em julho, a inflação caiu 0,68%, desacelerando-se em relação à alta de 0,67% apurada em junho. Trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, e a maior deflação desde o Plano Real.
O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi melhor que o projetado pelo mercado, que apontava para uma deflação de 0,66%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, o de Alimentação e bebidas foi o que mais subiu, com alta de 1,30%, e o que teve maior impacto positivo (0,28 ponto percentual). Entre janeiro e julho, o grupo acumulou alta de 9,83%; enquanto em 12 meses, a alta já é de 14,72%.
A alimentação no domicílio é a que mais pesa: no último mês, a alta do subgrupo foi de 1,47%. No ano, o acumulado é de 11,84% e, em 12 meses, é de 17,50%.
Causas da inadimplência
Segundo o estudo da Boa Vista, a principal causa da inadimplência no primeiro semestre de 2022 seguiu sendo o desemprego. 28% dos consumidores entrevistados apontaram essa como a principal causa da inadimplência, contra 27% no período anterior.
Em segundo lugar, vem a diminuição da renda, apontada por 24% dos entrevistados, contra 21% no 2º semestre de 2021.
“O desemprego é historicamente a principal causa da negativação, e segue como tal apesar das taxas estarem diminuindo nos últimos meses segundo o IBGE”, ressalta Flavio Calife, economista da Boa Vista.
Entre para o grupo do Money Times no Telegram!
Você acessa as notícias em tempo real e ainda pode participar de discussões relacionadas aos principais temas do Brasil e mundo. Entre agora para o nosso grupo no Telegram!