Economia

Alimentação é a segunda despesa que mais leva consumidores à inadimplência, aponta estudo

10 ago 2022, 12:38 - atualizado em 10 ago 2022, 12:38
Varejo Consumo supermercado
Alta dos alimentos leva à inadimplência por dívidas com itens básicos (Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O peso no bolso do brasileiro com a alta dos preços dos alimentos levou ao crescimento do número de inadimplentes, aponta pesquisa da Boa Vista, empresa especializada em inteligência financeira e análise de crédito.

A pesquisa aponta que, no primeiro semestre deste ano, 18% dos inadimplentes no Brasil deixou de pagar as despesas com alimentação. Trata-se da maior porcentagem nos últimos 5 anos.

Contas diversas não pagas, que incluem despesas com educação, saúde, impostos, taxas, lazer e outros gastos, ainda têm sido apontadas pelos brasileiros nos últimos anos como a despesa que mais leva consumidores (23%) à inadimplência.

Mesmo com queda do IPCA, alimentos pressionam inflação

Em julho, a inflação caiu 0,68%, desacelerando-se em relação à alta de 0,67% apurada em junho. Trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, e a maior deflação desde o Plano Real.

O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi melhor que o projetado pelo mercado, que apontava para uma deflação de 0,66%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, o de Alimentação e bebidas foi o que mais subiu, com alta de 1,30%, e o que teve maior impacto positivo (0,28 ponto percentual). Entre janeiro e julho, o grupo acumulou alta de 9,83%; enquanto em 12 meses, a alta já é de 14,72%.

A alimentação no domicílio é a que mais pesa: no último mês, a alta do subgrupo foi de 1,47%. No ano, o acumulado é de 11,84% e, em 12 meses, é de 17,50%.

Causas da inadimplência

Segundo o estudo da Boa Vista, a principal causa da inadimplência no primeiro semestre de 2022 seguiu sendo o desemprego. 28% dos consumidores entrevistados apontaram essa como a principal causa da inadimplência, contra 27% no período anterior.

Em segundo lugar, vem a diminuição da renda, apontada por 24% dos entrevistados, contra 21% no 2º semestre de 2021.

“O desemprego é historicamente a principal causa da negativação, e segue como tal apesar das taxas estarem diminuindo nos últimos meses segundo o IBGE”, ressalta Flavio Calife, economista da Boa Vista.

 

*Com Juliana Américo

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