Alibaba (BABA) dispara e investidor sonha com dias melhores para big techs da China
O tempo pode estar finalmente abrindo para a Alibaba (BABA), a gigante chinesa do e-commerce mundial.
Por volta das 16h10, as ações da empresa listadas na Bolsa de Nova York disparam 12%, replicando o forte desempenho do papel do grupo listado na Bolsa de Hong Kong desta quarta-feira (4), quando valorizou 8,2% e contribuiu para uma alta de 3,2% do índice Hang Seng.
A recuperação, embora modesta se comparada ao tombo de 70% que a ação sofreu em relação a sua máxima, vem sendo construída desde outubro de 2022. Em cerca de dois meses, o papel pulou dos US$ 63 para os atuais US$ 104, o que representa uma valorização superior a 61%.
O movimento de compra das ações da Alibaba está atrelada à percepção de que o ambiente regulatório para companhias de tecnologia na China está melhorando.
Primeiro veio o acordo de auditoria celebrado entre reguladores dos EUA e o governo chinês, evitando que duas centenas de companhias da China fossem delistadas dos mercados acionários americanos.
Agora, a aprovação da Comissão Regulatória de Bancos e Seguros da China para que a Ant Group — empresa que lida com os pagamentos da Alibaba e da qual Jack Ma também é fundador — proceda com um aumento de capital registrado no valor de 10,5 bilhões de yuans (US$ 1,5 bilhão).
O sinal verde da autoridade para a expansão de capital da Ant Group também faz saltar em mais de 9% as ações de outras empresas chinesas de tecnologia, como a Tencent, DiDi Global e a Baidu.
Disparada de Alibaba revela ano das techs chinesas?
Ainda era outubro de 2020, quando s big techs da China entraram na mira do governo pelo alegado descumprimento de leis antitruste, além de investigações envolvendo riscos financeiros, segurança de dados e direitos trabalhistas.
A fiscalização regulatória mais dura trouxe multas multibilionárias às empresas de tecnologia da China, acarretando o derretimento do valor de mercado a mínimas históricas. Nesse contexto, até mesmo o IPO de US$ 34 bilhões da Ant Group, considerado à época a oferta pública inicial mais valiosa do mundo, acabou sendo suspenso, sob circunstâncias pouco esclarecidas.
Na opinião de representante do UBS Group, a autorização do órgão regulador pode ser indicativo de dias melhores na relação de Pequim com as empresas de tecnologia, destravando um obstáculo para a recuperação do setor em 2023.
Contribui para o ânimo dos investidores as perspectivas de reabertura da economia chinesa, que ainda tenta se afastar da onda de casos que afetou diversas regiões do país em novembro do ano passado.
Para 2023, a Alibaba aposta em um programa massivo de recompra de ações, avaliado em US$ 25 bilhões; adicionais US$ 15 bilhões são previstos até o ano-fiscal de 2025.
O plano será bancado pelo assombroso caixa da companhia, avaliado em US$ 68 bilhões até setembro, de acordo com o último balanço corporativo da empresa.