Aliança Global do G20 para biocombustíveis: Os efeitos para as ações da Bolsa, segundo a Warren
Durante a Cúpula do G20, o Brasil, Estados Unidos e Índia, três dos maiores do mundo, lançaram uma aliança pelo uso de biocombustíveis.
O plano é fomentar o uso de etanol, principalmente, de forma a descarbonizar o uso de combustíveis no mundo.
A aliança reúne mais 19 países e 12 organizações internacionais e está aberta a novos sócios.
Segundo Frederico Nobre, líder da área de análise de ações da Warren, essa busca pelo aumento da mistura de biocombustíveis em combustíveis fósseis (biodiesel no diesel, etanol na gasolina e produção de SAF) já tem sido adotada pelo Governo há um certo tempo.
“Tudo está interligado, pensando numa perspectiva de médio a longo prazo com o net zero (carbono zero), está alinhado com aquilo que as empresas pensam em termos de investimentos. Quando olhamos para Petrobras (PETR4), os projetos de refino são muito mais voltados ao biorrefino, ou seja, não está em discussão a construção de novas refinarias, mas sim apostar nesse lado ‘verde’ da energia”, explica.
Nobre ressalta ainda que a estatal anunciou recentemente que deve aumentar seus investimentos em energias renováveis.
Os benefícios para o setor de sucroenergia
Entre as empresas do setor de sucroenergia, como a Raízen (RAIZ4), São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3), há expectativa para que elas se beneficiem no médio/longo prazo.
“Essa política pública estimula a demanda por biocombustíveis e faz sentido quando pensamos na redução das nossas emissões de carbono. Esse é um movimento global e deve partir do governo para que haja investimentos no setor e uma expansão produtiva e de produtividade”, diz.
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No entanto, o analista da Warren ressalta que a medida deve ser avaliada sob uma ótica de custo-benefício.
“No Centro-Oeste, esse aumento de 27% para 30% na mistura de etanol na gasolina é muito mais fácil de ser cumprido do que outros estados. Dessa maneira, os estados que contam com um excedente produtivo tendem a cumprir o mandato de forma mais tranquila. Assim, talvez fosse adequado existir mandatos regionais e eventualmente você ter talvez um um limite de mistura em certas áreas, muito em função das diferenças de cada estado”, pontua.
Os preços dos combustíveis vão subir?
Nobre explica que as mudanças implicam certamente nos preços, sendo importante para o Governo encontrar o tempo certo em que a diferença dos preços dos combustíveis e biocombustíveis não seja tão discrepante.
“Esse incentivo não pode penalizar a população na hora de abastecer o carro. A Jalles, São Marinho e Raízen são empresas de excelência e que contam com uma oportunidade interessante no médio/longo prazo e o Brasil se beneficia das suas vantagens competitivas para biocombustíveis seja pelo clima, tecnologia e produção. Dessa maneira, vejo essas companhias se beneficiando por este cenário, em uma rota de crescimento”, discorre.
O analista enxerga o plano como positivo para a transição energética do Brasil.