Internacional

Aliado de Putin diz que guerra na Ucrânia está mais lenta que esperado

14 mar 2022, 12:57 - atualizado em 14 mar 2022, 12:57
“Gostaria de dizer que sim, nem tudo está indo tão rápido quanto gostaríamos”, disse Zolotov em comentários publicados no site da Guarda Nacional (Imagem: REUTERS/Sergei Karpukhin)

Um dos aliados mais próximos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a operação militar da Rússia na Ucrânia não havia sido tão rápida quanto o Kremlin queria, no mais forte reconhecimento até agora de Moscou de que sua invasão não corre conforme planejado.

Viktor Zolotov, chefe da guarda nacional russa e membro do Conselho de Segurança que assessora Putin, disse que o progresso tinha sido mais lento do que o esperado, culpando o que ele chamou de forças ucranianas de extrema direita escondidas atrás de civis.

“Gostaria de dizer que sim, nem tudo está indo tão rápido quanto gostaríamos”, disse Zolotov em comentários publicados no site da Guarda Nacional.

“Mas estamos caminhando para nosso objetivo passo a passo e a vitória será nossa.”

Os Estados Unidos e seus aliados europeus classificaram a invasão como uma conquista de território ao estilo imperial que até agora tem sido mal-sucedida porque Moscou subestimou a resistência ucraniana.

A Ucrânia, que diz estar lutando por sua sobrevivência, nega as alegações russas de que suas forças têm usado civis como escudos em batalha e acusou Moscou de crimes de guerra por matar civis.

Zolotov está ao lado de Putin desde antes da virada do século, comandando a segurança pessoal do líder do Kremlin há 13 anos. Desde 2016, ele chefia a força da Guarda Nacional, que se reporta diretamente a Putin e tem destacado tropas na Ucrânia.

Seus comentários, feitos em um culto religioso liderado pelo Patriarca Ortodoxo Kirill no domingo, desviaram-se daqueles do Kremlin e do ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, que dizem que a operação da Rússia na Ucrânia será concluída a tempo e na íntegra.

O Kremlin disse nesta segunda que a operação corre conforme planejado, mas que seu Exército poderia mudar de rumo e procurar tomar o controle total de grandes cidades ucranianas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia tinha tido o cuidado de não atingir civis.

Peskov disse que as alegações dos Estados Unidos e da União Europeia de que Putin estava de alguma forma desapontado com o progresso do que o Kremlin chama de uma operação militar especial é uma provocação com o objetivo de levar a Rússia a invadir cidades.

“Todos os planos da liderança russa serão alcançados a tempo e na íntegra”, disse Peskov sobre a Ucrânia.

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