Bancos

Alguns bancos europeus dispensam alívio para títulos soberanos

16 jul 2020, 14:39 - atualizado em 16 jul 2020, 14:39
Banco Central Europeu
O Banco Central Europeu já agiu energicamente para estabilizar os rendimentos, o apelo da mais recente medida de alívio de capital é limitado (imagem: Reuters/Kai Pfaffenbach)

Bancos na Itália e Espanha, entre os mais expostos a oscilações de títulos soberanos europeus, não planejam usar o alívio de capital destinado a amenizar o impacto de possíveis perdas com essas dívidas.

Pelo menos meia dúzia de bancos desses países não têm intenção de recorrer a essa opção ou é improvável que a usem, em parte porque a vantagem seria limitada caso os títulos públicos se recuperassem, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Alguns temem que o programa, aprovado no mês passado por parlamentares europeus, possa enviar um sinal negativo aos mercados, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Bancos espanhóis e italianos, cujas posições relativamente altas em títulos públicos tiveram peso na crise da dívida soberana da região há cerca de uma década, seriam os mais beneficiados, porque os dois países estão no epicentro da pandemia na Europa.

Mas, como o o Banco Central Europeu já agiu energicamente para estabilizar os rendimentos, o apelo da mais recente medida de alívio de capital é limitado.

O programa permitiria que os bancos excluíssem oscilações no valor dos títulos públicos ao calcular quanto risco têm em seus livros, mas as instituições precisam se comprometer por três anos.

Isso significa que não se beneficiariam caso, digamos, uma vacina fosse descoberta e os títulos mostrassem forte recuperação.

Os títulos italianos têm liderado um rali entre os países mais endividados da Europa como resultado direto do programa do BCE de 1,35 trilhão de euros (US$ 1,54 trilhão) de compras de títulos na pandemia, o que ajudou a controlar o que ameaçava ser uma explosão dos rendimentos em março nas proporções de crise da dívida.

Embora os bancos provavelmente não recorram à medida em um futuro próximo, as instituições a consideram uma ferramenta útil caso a situação econômica se deteriore ainda mais, disseram as pessoas.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar