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Algoritmos ajudam bancos holandeses contra lavagem de dinheiro

13 set 2019, 8:12 - atualizado em 13 set 2019, 8:16
ING Bank Bancos Holanda
Maior banco holandês e mais duas instituições financeiras do país avaliam associação diante de desafios técnicos para identificar atividades ilícitas (Imagem: Facebook oficial)

Bancos como ING, Rabobank e ABN Amro avaliam a viabilidade de uma joint venture diante dos “desafios técnicos e legais envolvidos”, disse a associação bancária holandesa NVB em comunicado divulgado na sexta-feira.

Além de compartilhar informações sobre transações, os bancos também buscam criar algoritmos para identificar atividades ilícitas, disse Christian Bornfeld, diretor de tecnologia do ABN Amro.

“Todo banco tem um apetite de risco diferente quando se trata de emprestar dinheiro, mas, quando se trata de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, esse apetite de risco em qualquer banco é simplesmente zero”, disse Bornfeld em entrevista. “Por isso, acho que podemos operar um único conjunto de algoritmos.”

Esse espírito de equipe faz parte da iniciativa para superar uma série de escândalos na Europa que expuseram fragilidades estruturais no combate contra fluxos de dinheiro ilícito na região.

O ING – o maior banco holandês – pagou 775 milhões de euros (US$ 858 milhões) no ano passado para encerrar uma investigação, a maior multa na história corporativa holandesa.

Um grupo de bancos nórdicos, que incluem o Danske Bank, marcado por escândalos, disse em julho que está avançando com os planos de uma joint venture para desenvolver uma plataforma que monitora dados de clientes. A iniciativa holandesa, por outro lado, é sobre o monitoramento conjunto de transações.

Segundo os novos planos, os bancos holandeses buscam cooperação com a Unidade de Inteligência Financeira (FIU), o Ministério Público e o governo.

No ano passado, os bancos na Holanda relataram 68 mil transações suspeitas à FIU. Analisar uma gama mais ampla de transações pode facilitar a identificação de fluxos de fundos ilícitos.

Em julho, o governo enviou propostas à Câmara dos Deputados, como uma mudança na legislação que deve permitir aos bancos compartilhar informações sobre clientes com transações suspeitas.

O plano para um sistema de monitoramento conjunto é uma resposta a essa iniciativa, afirmou a associação bancária.

Bornfeld, do ABN Amro, acredita que parcerias semelhantes podem acontecer em outras regiões da Europa nos próximos anos. Ele é menos otimista em relação à cooperação entre bancos em todo o continente europeu. “Isso talvez aconteça entre cinco e oito anos”, disse.

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