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Alfafa Inu, dinheiro fácil e a ironia do mercado cripto; Vitalik “cria” mais uma memecoin

06 dez 2022, 6:42 - atualizado em 06 dez 2022, 6:42
ethereum vitalik token
Saiba como funciona uma “puxada de tapete” e quais são os passos de um criminoso (Imagem: YouTube/Grand Amphi Théatre)

Redes sociais como o Twitter, Discord e Reddit são sem dúvida plataformas muito usadas para discutir sobre tecnologia, inteligência artificial, e claro, criptoativos e blockchain.

Mas, vez ou outra, é a raiz do surgimento de criptoativos memes, as “memecoins”, e até mesmo fraudes, golpes e falsas promessas de rápidos retornos.

Além do público, a tecnologia também favorece a cultura. O fato de que “qualquer um” com experiência em programação possa criar um token em uma rede blockchain acaba influenciando bastante. 

Não obstante, a globalização desse mercado – pode ser negociado sem fronteiras – e não existir um “fechamento de mercado” são fatores que também impulsionam os perigos, tanto quanto as vantagens.

A ironia da Alfafa Inu

Um dos maiores exemplos do que é descrito acima é o surgimento de tokens maliciosos através de qualquer “tweet” de algum famoso do meio que tenha grande repercussão. O mais utilizado por golpistas é o criador do Ethereum, Vitalik Buterin.

Nesta segunda-feira (5), o programador disse que queria implementar um termo quando o investidor quiser seguir algo que não será fácil, mas poderia dar lucro no curto prazo.

“Proponho o termo “vazamento de alfafa” para algo que não oferece um caminho fácil para o lucro de curto prazo, mas ainda é bom para você”, disse em Tweet ao meio-dia horário de Brasília.

A grande ironia, é a partir disso um golpista usar esse termo para ganhar dinheiro fácil, no curto prazo, e enganando terceiros. O mais curiosos é que não é surpresa entre a comunidade cripto.

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(Imagem: Twitter)

“Espero que não vejamos um “Alfafa leak” moeda meme em breve por causa disso”, disse um usuário. “Você sabe que está vindo”, recebeu como resposta.

Quase que imediatamente após a publicação, às 13:16 do horário de Brasília, o token Alfafa Inu foi criado por alguém, e implementado na rede blockchain da Ethereum. Confira a transação e o bloco em que o contrato do token foi criado aqui.

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(Imagem: etherscan)

Cuidado com a “puxada de tapete Inu Coin”

Antes fosse apenas uma moeda meme, mas trata-se de golpe. Na criação do contrato é possível ver que o criador programou para adicionar liquidez, travar a venda dos tokens e depois garantir todo o lucro para si.

O esquema não é novo no mercado, e é elaborado através da tática de “Pump and Dump” com contrato malicioso, ou “Rug pull”, a puxada de tapete em português.

Depois que o estrago acontece, os traços de um golpe do tipo ficam visíveis, como um gráfico que parece até uma piada de mal gosto.

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Gráfico de Alfafa Inu em poucas horas (Fonte: TradingView)

O melhor a fazer, além de recuar de projetos do gênero caso não tenha um conhecimento avançado , é conferir o rastro da implementação do token na rede, as dicas ficaram claras para quem souber onde procurar.

No contrato do Alfafa Inu, a estranheza vem desde o começo. O criador cria o contrato do token, adiciona liquidez de “apenas” 2 Ethers, transaciona na pool de liquidez e logo após reivindica a posse dos tokens.

A última parte retrata bem o motivo do apelido deste golpe ser puxada de tapete. O criminoso trava a vítima, e puxa todos seus tokens – os que usou para “comprar a moeda falsa”.

Por sorte, nesse caso, o blockchain é semi-anônimo e pode ser transparente. É preciso saber usar um explorador de blocos, algo que pode gerar implicações e dúvidas.

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Endereço criador do token e seus respectivos passos na criação do contrato (Imagem: etherscan)

Todos estes passos são pré programáveis, e podem ser implementados em seu contrato antes do criminoso lançar o token. Por isso a auditoria nos códigos é algo interessante a se ter, ou fazer.

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