Coluna do Glauber Correa

Alfabetização digital: Por que devemos pensar nas pessoas com 50 anos ou mais

20 jul 2022, 19:18 - atualizado em 20 jul 2022, 19:18
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“Uma resposta para o paradoxo alfabetização digital versus digitalização passa por um modelo híbrido de atendimento”, explica Glauber Correa (Imagem: Divulgação/ Warner Bros.)

Por Glauber Correa*

Hoje, mais de 2 milhões de pessoas possuem 65 anos ou mais no Brasil. Isso equivale a 10% da população, e esse volume deve quase dobrar nos próximos anos, chegando a 17% em 2039. Os dados são do IBGE e mostram, inclusive, que a população mais madura vai ultrapassar a de pessoas abaixo de 14 anos em breve. E, com isso, toda a sociedade vai mudar junto.

Uma dessas mudanças já está em curso há algum tempo: a digitalização. Mesmo que esse já seja um tema corrente no dia a dia das empresas, quando olhamos para uma parcela específica da sociedade, das pessoas com mais de 50 anos, muitas vezes esse ainda é apenas um termo distante da realidade.

E um dos principais motivos é que as tecnologias, os aplicativos e os sistemas que facilitam o dia a dia não são construídos pensando nas necessidades específicas desse público, que acaba tendo que superar ainda mais barreiras para conseguir usufruir dos benefícios da digitalização.

A digitalização é um movimento que vem acontecendo em todo o mundo há bastante tempo, mas ocorreu de forma ainda mais acelerada desde o começo da pandemia pela necessidade de distanciamento social, que deu ao digital um papel ainda mais relevante na vida de todos.

Reflexo disso foi o resultado de um levantamento de 2021 da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que mostrou que 97% dos brasileiros com mais de 60 anos disseram acessar a internet, um número significativo em relação aos 68% que afirmavam isso há três anos.

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Os benefícios da alfabetização digital entre os 50+

“Garantir a alfabetização digital e inclusão financeira para os 50+ é garantir que essas pessoas sejam independentes”, diz Correa (Imagem: Divulgação/ Agi)

Números como esse mostram que, quando experimentam o mundo digital, seja por vontade ou por obrigação, assim como os mais jovens, as pessoas maduras compreendem as vantagens e adotam esse hábito como parte do seu dia a dia.

Ainda assim há barreiras como a de segurança, e para lidar de forma correta com falsos anúncios e tentativas de golpes é necessário inclusão, educação e compreensão do ambiente. Por isso, incluir os 50+ digitalmente, com sistemas simples, suporte próximo e assessoria nos primeiros passos é essencial.

Prova de que isso funciona é que, enquanto o índice médio de digitalização é de apenas 8% entre o público maduro no Brasil, segundo a Bain & Company, no Agi esse volume chega a 45% entre os 50+.

Atualmente é quase impossível pensar em uma vida sem uso da tecnologia. Por isso, educar e incluir financeira e digitalmente a população madura significa dar autonomia e poder de decisão para essas pessoas.

Além disso, com a expectativa de vida se estendendo ano após ano, garantir que pessoas de todas as idades, capacidades financeiras e localidades tenham conhecimento e acesso fácil à tecnologia e consigam gerenciar a sua vida financeira é dar dignidade e possibilidade de aproveitar melhor a vida.

Uma resposta para o paradoxo alfabetização digital versus digitalização passa por um modelo híbrido de atendimento, o famoso phygital. Esse modelo consegue unir a facilidade e a agilidade dos meios digitais e a assessoria do atendimento presencial, atendendo às necessidades de um público que ainda está à margem ou enfrenta muitas dificuldades para se digitalizar. Além disso, a personalização e o relacionamento, tão valorizados, ganham um terreno muito mais favorável no phygital.

E, mesmo com tantas mudanças nos últimos anos, o que segue igual é a busca por conveniência e por solução dos problemas, logo, garantir a alfabetização digital e inclusão financeira para os 50+ é garantir que essas pessoas sejam independentes e consigam aproveitar as facilidades que deveriam ser possíveis e acessíveis para todas.

Glauber Marques é Chief Executive Officer e sócio do Agi. Assumiu a posição de CEO em 2021 e antes foi Chief Channels, Growth, CRM & Business Officer do Agi por mais de 5 anos. Com uma longa trajetória pela Caixa Econômica Federal, o executivo tem mestrado em Finanças Corporativas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, MBA em Finanças pela Universidade Nove de Julho, formação pelo Programa Executivo da Singularity, no Vale do Silício, além de graduação em Engenharia Civil e Tecnologia da Informação.

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