Alexandre de Moraes ameaça suspender e multar o Telegram; entenda
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o Telegram apague as mensagens enviadas aos usuários na terça-feira (9), com ataques ao PL das Fake News
“O Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão. O PL 2630/2020 dá ao governo poderes de censura sem supervisão judicial prévia”, diz a introdução da mensagem enviada aos usuários da plataforma.
A mensagem foi enviada pelo perfil oficial da rede social, como outras que notificam atualizações no aplicativo. Confira o texto do Telegram na íntegra aqui.
Ainda, a determinação prevê o envio de um contraponto, dizendo:
“Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários à coagir os parlamentares”.
Em caso de descumprimento, o Telegram poderá ser suspenso por 72 horas, bem como será aplicada multa de R$ 500 mil por hora.
Telegram e PL das Fake News
Ainda na terça-feira (9), o secretário nacional do consumidor (órgão ligado ao Ministério da Justiça), Wadih Damous, afirmou que notificou o Telegram após o aplicativo de mensagens compartilhar conteúdo contra o projeto de lei 2630/2020, conhecido também como PL das Fake News, aos seus usuários.
Damous não foi o único membro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se manifestar sobre as mensagens distribuídas pelo Telegram. O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, classificou de “absurdo” o conteúdo compartilhado pela plataforma.
Ainda, o Ministério Público Federal (MPF), emitiu ofício em que questiona o Telegram acerca das mensagens enviadas aos usuários nesta terça-feira (9), com posicionamento contrário ao PL das Fake News. A plataforma tem até dez dias para se posicionar.
O procurador da República de São Paulo, Yuri Corrêa da Luz, expediu ordem para que seja informado quem, com nome e endereço eletrônico, empresa tomou a decisão de mandar a mensagem, para uma eventual oitiva do MPF.