Wall Street

Wall Street em alerta: Nasdaq cai mais de 3% e ‘termômetro do medo’ dispara em NY com risco de recessão nos EUA

02 ago 2024, 13:07 - atualizado em 02 ago 2024, 16:15
Fundo de crédito, Lótus, Empírica
S&P 500 registra a pior queda diária desde 2022. (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Wall Street vive, nesta sexta-feira (2), um dia de fúria. As bolsas de Nova York operam em forte queda — e começaram a devolver os ganhos do ano — após dados mudarem o cenário da maior economia do mundo e dispararem o sinal de alerta para uma possível recessão adiante. 

O índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, chegou a cair mais de 3% nas primeiras duas horas do pregão. A forte liquidação empurrou o índice para o território de correção com queda de mais de 10% em relação à máxima. 

O S&P 500 registra a pior queda diária desde 2022 e já opera 6% abaixo da máxima histórica. Já o Dow Jones caiu para o nível mais baixo em mais de um ano e tem recuo de 4% em relação a sua máxima histórica.  

O movimento de cautela teve como estopim a divulgação do relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o payroll

O país criou 114 mil vagas de emprego em julho ante consenso de 180 mil postos de trabalho para o mês. A taxa de desemprego também subiu de 4,1% em junho para 4,3% em julho; as expectativas eram de estabilidade.

Além disso, as novas encomendas de produtos manufaturados nos Estados Unidos caíram  3,3% em junho depois de recuo de 0,5% em maio, mais do que o esperado para o mês. 

Os economistas consultados pela Reuters previam queda de 2,9%.

Na véspera, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país caiu de 48,5 em junho para 46,8 em julho, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). A expectativa era de avanço a 48,9.

A queda abaixo de 50 indica que o setor se manteve em terreno contracionista. 

Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego no país atingiram o pico em 11 meses na semana encerrada em 27 de julho. 

O resultado: o mercado passou a precificar uma eventual recessão da maior economia do mundo

“Os últimos dados vieram mais fracos e, de repente, o mercado está saindo do registro de soft landing e entrando em um cenário de hard landing, de pouso forçado — ou seja, não é um avião que aterrissa, mas sim uma avião que cai e uma parada mais brusca de economia norte-americana” afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

O VIX, índice de aversão ao risco de Wall Street também conhecido como “termômetro do medo”, chegou a disparar 48%. 

O reflexo também foi sentido na bolsa brasileira. Por volta de 12h (horário de Brasília), o principal índice da B3, o Ibovespa, operava em queda de mais 1%. Acompanhe a movimentação dos mercados no Tempo Real.

Vale lembrar que na última quarta-feira (31), o Federal Reserve manteve os juros inalterados pela oitava vez consecutiva. 

O BC dos Estados Unidos também deu uma forte indicação de que haverá um corte de juros em setembro. Mas, após esses números fracos de emprego, muitos investidores estão começando a acreditar que talvez a autoridade monetária devesse já ter agido na reunião desta semana. 

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Wall Street no vermelho: o cenário da maior economia do mundo mudou

Após os dados, o mercado também passou a precificar mais cortes na taxa de juros dos Estados Unidos. 

Com a probabilidade de 100% de início do afrouxamento monetário pelo Fed em setembro, os traders agora veem maior chance de redução de 50 pontos-base nos juros na próxima reunião.

“A possibilidade de um corte em setembro parece cada vez mais real e provável, especialmente num cenário onde especialmente num cenário onde aquele que é um dos principais mandatos do Fed – a estabilidade do mercado de trabalho – mostra sinais de enfraquecimento. A mudança de direção na política monetária é agora cada vez mais certa”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, as chances de redução dos juros para a faixa de 4,75% a 5,00% aumentou de 30,5% (antes do payroll) para 69,5%. Essa perspectiva contraria a o posicionamento do presidente do Fed, Jerome Powell.

Além disso, o mercado tem como cenário mais provável, agora, para um corte de 125 pontos-base dos juros nos Estados Unidos até dezembro. 

A ferramenta do CME Group mostra a chance de 43,2% de chance de a taxa básica norte-americana cair da faixa atual de 5,25% a 5,50% para 4,00% a 4,25% ao ano no final de 2024. 

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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