Alemanha usará 90% do dinheiro para recuperação da UE em metas verdes e digitais
A Alemanha vai gastar 90% dos 28 bilhões de euros que espera do fundo de recuperação de 750 bilhões de euros da União Europeia (UE) em proteção climática e digitalização. Isso excede em muito os requisitos da UE, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz, nesta terça-feira.
“Hoje é um bom dia para a Europa … Agora, podemos agir em conjunto por uma Europa forte, solidária e preparada para o futuro”, disse Scholz enquanto a Alemanha e a França apresentavam seus planos para o destino do dinheiro.
O fundo de recuperação foi acordado no ano passado para alavancar a economia do bloco devido aos efeitos da Covid-19.
O investimento também visa avançar nas metas de longo prazo da UE de reduzir as emissões líquidas de CO2 a zero até 2050, além de obter uma fatia da economia digital, agora dominada por gigantes da tecnologia dos EUA como Google (GOOG), Amazon (AMZN) e Facebook (FB).
As regras do bloco exigem que 37% do dinheiro seja gasto na luta contra mudanças climáticas e 20% em digitalizar a economia.
Scholz disse que Berlim deve gastar 11,5 bilhões de euros para ajudar empresas a se transferirem para o hidrogênio como fonte de energia, em incentivos para compra de carros elétricos, ônibus e trens, e na reforma de edifícios para melhorar a eficiência energética.
Mais de 14 bilhões de euros estão reservados para agilizar a mudança digital, ajudando a indústria automobilística a converter seus processos de produção e tornar os setores de educação, saúde e administração pública adaptados para o futuro.
Scholz disse que a Alemanha e a França pretendem estabelecer os fundamentos para uma infraestrutura europeia na nuvem, além de desenvolver as competências do bloco para produzir chips processadores de nova geração, áreas onde ficam para trás.
No longo prazo, o fundo resultará em um aumento de cerca de 2% no PIB da Alemanha e 0,5% mais emprego, disse Scholz, citando o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica. A França espera 41 bilhões de euros do fundo, com os primeiros 5 bilhões desembolsados em setembro.