Alemanha toma ativos da russa Rosneft em escalada da crise
A Alemanha se apropriou dos ativos locais da petrolífera russa Rosneft e se move para assumir o controle abrangente de sua indústria de energia, garantir suprimentos e romper décadas de profunda dependência de Moscou.
Na última ação, o governo disse que assumirá a unidade alemã da Rosneft, incluindo participações em três refinarias de petróleo.
A Alemanha se prepara para parar de comprar petróleo russo até o final do ano por causa das sanções, e precisa encontrar fontes alternativas e garantir que o controle russo de suas principais refinarias não se torne uma ameaça ao abastecimento.
A Alemanha foi particularmente atingida pelo impasse com o Kremlin por causa de sua dependência do gás e do petróleo russos.
As sanções e os esforços de Moscou de punir economicamente a Europa por seu apoio à Ucrânia arriscam levar a maior economia da região à recessão.
O setor de energia alemão sofre com o aperto no fornecimento, e os resgates financeiros do governo são rapidamente ofuscados pela magnitude da crise.
Paralelamente à sua investida contra a Rosneft, o governo do chanceler Olaf Scholz está em negociações avançadas para assumir a concessionária Uniper e duas outras grandes importadoras de gás para evitar um colapso de seu sistema de energia, segundo fontes.
Uma decisão pode sair em poucos dias. A Uniper perde 100 milhões de euros por dia ao tenta substituir o gás russo por alternativas mais caras.
“As coisas são complexas, estamos trabalhando nisso com muito cuidado”, disse o ministro da economia, Robert Habeck, na quinta-feira.
A tomada da subsidiária da Rosneft é uma escalada nas tensões com a Rússia, após décadas de colaboração estreita com Moscou. A refinaria de Schwedt — perto da fronteira com a Polônia — tem, até agora, recebido seu petróleo através do oleoduto Druzhba da Rússia. Com o controle da Rosneft, ficaria difícil garantir que a planta continue recebendo combustível suficiente para abastecer Berlim e outras partes do leste da Alemanha após o fim das importações da Rússia.
O governo disse que a medida “contrabalança a ameaça iminente à segurança do fornecimento de energia”.
A Lei de Segurança Energética alemã dá ao governo o poder de assumir o controle de uma empresa do setor. A ordem, emitida pelo ministério da economia, caduca após seis meses, mas pode ser simplesmente renovada.
A Rosneft pode contestar a ordem nos tribunais alemães.
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