Comércio

Alemanha registra maior superávit em conta corrente do mundo em 2019, afirma Ifo

03 fev 2020, 11:34 - atualizado em 03 fev 2020, 11:35
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O superávit em conta corrente da Alemanha pode ser atribuído principalmente ao fato de que muito mais produtos e serviços alemães são vendidos no exterior do que importados (Imagem: Unsplash/@vradenburg)

O superávit em conta corrente da Alemanha permaneceu o maior do mundo no ano passado, apesar das tensões comerciais, disse o instituto econômico Ifo nesta segunda-feira, em uma estimativa que deve renovar as críticas às políticas fiscais da chanceler Angela Merkel.

Os cálculos do Ifo, divulgados exclusivamente pela Reuters antes da publicação pelo instituto econômico, colocam o superávit em conta corrente da Alemanha –que mede o fluxo de bens, serviços e investimentos— em cerca de 293 bilhões de dólares em 2019.

É o quarto ano consecutivo em que o superávit em conta corrente da Alemanha é o maior do mundo, com o Japão em segundo lugar com 194 bilhões de dólares, segundo os cálculos do Ifo.

O Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia pediram durante anos à Alemanha, a maior economia da Europa, que fizesse mais para elevar a demanda e as importações domésticas como uma maneira de reduzir os desequilíbrios econômicos globais e estimular o crescimento em outros lugares.

Desde sua eleição, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também criticou a força de exportação da Alemanha.

O superávit em conta corrente da Alemanha pode ser atribuído principalmente ao fato de que muito mais produtos e serviços alemães são vendidos no exterior do que importados para a maior economia da Europa.

Merkel disse no ano passado: “Estamos orgulhosos de nossos carros e assim devemos estar”. Mas ela acrescentou que muitos foram construídos nos Estados Unidos e exportados para a China.

O economista Christian Grimme, do Ifo, disse que o superávit alemão aumentou no ano passado para 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 7,3% em 2018.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, considera um superávit em conta corrente de 6% como sustentável a longo prazo, quando medido pelo tamanho da economia de um país.