Alemanha quer reduzir brecha de gênero em negócios e política
O governo da Alemanha avança para reduzir a desigualdade de gênero com novas metas que visam reforçar o papel das mulheres nos conselhos de administração e no maior partido político do país.
Na quarta-feira, o gabinete da chanceler Angela Merkel aprovou uma proposta que aumentaria o número de empresas que precisariam ter pelo menos 30% de mulheres em seus conselhos fiscais, de 105 para 600.
Outras metas incluem a redução das diferenças de pensões e salários das mulheres e mais oportunidades na carreira.
A medida é um avanço, porque obriga o governo federal a cumprir metas específicas e monitorar o progresso, disse Monika Schulz-Strelow, presidente do FidAR, um grupo que promove a participação feminina na gestão corporativa.
Para ser eficaz, o plano precisa ser respaldado por legislação que permita às autoridades cobrar multas de empresas que não cumpram as regras, acrescentou.
“Infelizmente, sem sanções e pressão, não acontece muita coisa na Alemanha”, disse Schulz-Strelow, em entrevista por telefone.
Proposta política
Uma iniciativa semelhante está em andamento na política. Na noite de terça-feira, a liderança da União Democrata Cristã de Merkel aprovou uma proposta para introduzir uma cota obrigatória de 50% de mulheres para os cargos no governo e assentos parlamentares da CDU até 2025.
A medida, que ainda exige aprovação em uma convenção em dezembro, é controversa em um partido que ainda é dominado por homens.
Embora a CDU seja comandada há 20 anos por uma mulher – Merkel e depois sua sucessora Annegret Kramp-Karrenbauer – apenas 26% dos membros da CDU são do sexo feminino e apenas 6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, de acordo com estudo recente.