Internacional

Alemanha estuda uso de amônia para fornecer combustível verde

05 nov 2020, 17:33 - atualizado em 05 nov 2020, 17:33
Biocombustivel
Os comentários detalham a ambição do governo de investir 9 bilhões de euros para o desenvolvimento (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

A Alemanha estuda o uso de amônia e metanol como formas de fornecer hidrogênio como combustível limpo para a indústria, parte da iniciativa da maior economia da Europa para zerar suas emissões até 2050.

O governo financia um estudo de viabilidade para avaliar formas de transportar hidrogênio e se concentra nos dois componentes químicos como possível solução, de acordo com Stefan Kaufmann, membro do Parlamento alemão responsável pela coordenação do uso de hidrogênio verde na Alemanha.

“Opções de transporte seguro e econômico são cruciais para estabelecer uma economia global de hidrogênio”, disse Kaufmann em entrevista por telefone. “Temos a vantagem de poder aproveitar uma infraestrutura global existente que está em uso há décadas.”

Os comentários detalham a ambição do governo de investir 9 bilhões de euros (US$ 10,5 bilhões) para o desenvolvimento de hidrogênio como combustível verde para setores como o de aço e vidro, que precisam de temperaturas acima de 1.000 graus Celsius. Atualmente, combustíveis fósseis poluentes como carvão e gás natural alimentam esses processos.

O uso de hidrogênio traz seus próprios desafios. Transportar grandes quantidades do elemento mais leve é difícil, porque sua densidade é tão baixa que necessita de contêineres com grandes volumes ou ser condensado para ser transportado com eficiência. Isso significa armazená-lo sob alta pressão ou em temperaturas de 253 graus Celsius negativos.

A amônia – composto químico formado por um átomo de nitrogênio e três de hidrogênio – é outra opção. O hidrogênio pode ser convertido em amônia líquida e vice-versa para transporte ao redor do planeta. Kaufmann disse que a Alemanha busca acordos de fornecimento com países como Chile, Canadá e Austrália, e que a Alemanha precisará importar 80% de suas necessidades de hidrogênio se a indústria decolar.

A amônia, que contém 17,6% de hidrogênio em peso, é a maneira mais barata de transportar hidrogênio em navios, segundo a BloombergNEF. Atualmente produzido em fábricas de produtos químicos acionadas com combustível fóssil, o composto é um componente-chave em fertilizantes para a agricultura, portanto, seu transporte está bem estabelecido.

Um obstáculo comercial é o custo de transformar o hidrogênio em amônia e depois convertê-lo novamente.

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