Internacional

Alemanha enfrenta crescimento letárgico e possível impacto de Trump, diz BC

13 dez 2024, 9:27 - atualizado em 13 dez 2024, 9:27
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A Alemanha, a maior economia da zona do euro, vem sofrendo há anos desde que seu setor industrial perdeu o acesso à energia barata da Rússia.(Imagem: Unsplash/Kevin Woblick)

A economia da Alemanha encolherá pelo segundo ano consecutivo em 2024 e sua recuperação será fraca, potencialmente exacerbada por uma guerra comercial com os Estados Unidos, disse o presidente do banco central do país, Joachim Nagel, nesta sexta-feira.

A Alemanha, a maior economia da zona do euro, vem sofrendo há anos desde que seu poderoso setor industrial perdeu o acesso à energia barata da Rússia e com a diminuição do apetite da China pelas exportações alemãs.

A economia alemã deve ficar estagnada durante os meses de inverno (no Hemisfério Norte) e, em seguida, se recuperar no ritmo mais lento possível, já que o aumento esperado no consumo privado será menor do que o previsto, o mercado de trabalho poderá se enfraquecer ainda mais e o investimento empresarial se recuperará apenas lentamente.

“A economia alemã não está apenas lutando contra os persistentes problemas econômicos, mas também contra questões estruturais”, disse Nagel. “O mercado de trabalho também está agora respondendo visivelmente à fraqueza prolongada da atividade econômica.”

O Bundesbank agora estima que a economia alemã irá encolher 0,2% este ano, depois de prever uma expansão de 0,3% em junho, enquanto a perspectiva de crescimento para 2025 foi reduzida de 1,1% para 0,2%.

Mas mesmo esses números podem se mostrar excessivamente otimistas, alertou o banco, dadas as ameaças do crescente protecionismo, os conflitos geopolíticos e o impacto das mudanças estruturais na economia alemã.

Simulações de aumento de tarifas do governo de Donald Trump mostram que os EUA sofreriam o maior impacto no crescimento, mas a Alemanha também perderia de 1,3% a 1,4% da produção até 2027, acrescentou o Bundesbank.

A inflação também pode aumentar com essas medidas, mas a magnitude é menos certa.

O banco central alemão prevê um aumento da inflação de apenas 0,1% a 0,2% ao ano até 2027 com o protecionismo de Trump, mas o Modelo Econométrico Global do Instituto Nacional projetou um impacto de 1,5% no próximo ano e de 0,6% em 2026, informou o Bundesbank.

“Os riscos para o crescimento econômico estão atualmente inclinados para baixo e os riscos para a inflação são de alta”, disse o Bundesbank, acrescentando que as eleições federais nos próximos meses também podem alterar as perspectivas fiscais.

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reuters@moneytimes.com.br
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