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Além de Campos Neto, esses ex-presidentes do Banco Central tentaram carreira no mercado financeiro; confira

17 mar 2024, 14:00 - atualizado em 15 mar 2024, 16:06
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Campos Neto, atual presidente do Banco Central, tem planos de atuar no mercado financeiro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Fontes próximas de Roberto Campos Neto afirmaram que o atual presidente do Banco Central deseja se mudar para Miami e abrir uma empresa de tecnologia financeira, segundo a Bloomberg Línea.

Essa movimentação de ex-presidentes do BC em direção ao setor financeiro não é novidade, com outros nomes do passando realizando o mesmo trajeto.

Armínio Fraga, que esteve na direção do banco entre 1999 e 2002, e Ilan Goldfajn, que ocupou o posto de 2016 a 2019, são os dois nomes que fizeram a mesma transição, após a quarentena de 6 meses imposta pela legislação brasileira antes de ocupar novos cargos no setor financeiro.

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Antecessor de Campo Neto na presidência do Banco Central atuou no Credit Suisse

Ilan Goldfajn chefiou o Banco Central entre junho de 2016 e fevereiro de 2019, sendo o antecessor de Campos Neto.

Após a saída do BC, Ilan voltou seus olhos para a administração do Credit Suisse no Brasil, atuando no desenvolvimento das áreas de wealth management e investment banking.

À época, o jornal Folha de S. Paulo noticiou o comunicado do banco. “Na posição de presidente do conselho, não estatutário, Ilan desempenhará o papel estratégico de promover uma colaboração cada vez mais forte entre todas as divisões do Credit Suisse no Brasil”.

“Além disso, participará ativamente de discussões sobre cenários de médio e longo prazos, analisará oportunidades de investimento, buscará e desenvolverá produtos e serviços e ajudará a definir estratégias de investimento”, complementou o comunicado.

Antes de sua passagem pelo Banco Central, ele foi economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco (ITUB4) e sócio-fundador da Ciano Investimentos.

A saída do Credit Suisse ocorreu dois anos depois, em 2021, para assumir a diretoria do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Armínio Fraga também teve o mesmo plano

Armínio Fraga fez uma transição na carreira de forma a atuar mais intensamente no mercado financeiro.

Antes de ser o presidente do Banco Central, em 1999, Fraga foi o diretor-gerente da Soros Fund Management LLC, gestora do bilionário George Soros, por seis anos.

A atuação no BC ocorreu de março de 1999 a janeiro de 2003, enquanto Fernando Henrique Cardoso era o presidente do Brasil.

Após deixar o cargo, Armínio fundou a gestora de recursos independente Gávea Investimentos, ao lado de Ilan Goldfajn e Luiz Fernando Figueiredo, que também foi diretor do BC.

De acordo com a gestora, a Gávea “investe globalmente e no Brasil através de Fundos Multimercado e de Private Equity“.