Eleições 2022

Alckmin na economia é promessa de Lula em boa relação com empresários e controle fiscal

12 set 2022, 16:54 - atualizado em 12 set 2022, 16:54
Alckmin e Lula em evento de campanha em São Paulo
Alckmin é quem tem liderado encontros com empresários e apresentado as propostas de retomada econômica (Imagem: Amanda Perobelli / Reuters)

O nome de Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente na chapa de Lula, está sendo cotado para comandar a política econômica, caso o petista vença a corrida eleitoral. E essa não seria uma jogada aleatória.

Desde antes do início das campanhas, a aproximação de Lula e Alckmin foi muito bem calculada. Trazer o ex-governador de São Paulo era uma forma de convencer o empresariado de que o ex-presidente está comprometido com o mercado financeiro.

Tanto que Alckmin é quem tem liderado encontros com empresários e apresentado as propostas de retomada econômica.

Colocar o vice para cuidar do Ministério da Economia, então, seria uma forma de fortalecer as alianças formadas durante o período eleitoral.

“O mercado enxerga Alckmin não como uma pessoa técnica para a parte econômica, mas sim como um articulador frente ao empresariado”, afirma Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital Investimentos.

Para Labarthe, a tendência é de que o ex-governador traga uma fluidez maior nas conversas do que exatamente uma visão técnica nas tomadas de decisões econômicas, caso assuma o cargo de ministro.

Risco fiscal

Alckmin também é visto como uma esperança de que a pasta da economia possa reduzir o risco fiscal do governo Lula.

O candidato já falou mais de uma vez que não concorda com o teto de gastos – na verdade, a maioria dos candidatos promete a revisão do teto, por não comportar mais as atuais contas do governo – e que vai manter o Auxílio Brasil de R$ 600 para além do prazo final de dezembro de 2022. Além disso, qualquer um que vença as eleições, terá em mão uma bomba de gastos, que é a PEC das Bondades.

“De um lado, o Paulo Guedes que vem adotando algumas medidas liberais, como as reformas, e com um certo compromisso fiscal. E do outro, tem esses ruídos envolvendo essa agenda e a regressão dessas mudanças feitas pelo último governo”, afirma Rafael Passos, analista da Ajax Capital.

Para o analista, no momento em que Lula sinaliza que a agenda econômica pode ficar nas mãos de Alckmin, ele indica para o mercado que vai buscar um controle eficiente dos gastos e que também apoia esse lado mais liberal, mesmo que limitado.

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