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Alckmin anuncia R$ 20 bi do BNDES para biocombustíveis e fala em elevar etanol na gasolina para 30%

07 ago 2023, 10:41 - atualizado em 07 ago 2023, 10:41
Geraldo Alckmin
Nova planta de etanol de cereais terá capacidade para 220 milhões de litros ao ano até 2027 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Na última sexta-feira (4), a fabricante de biocombustíveis Be8 (antiga BSBios), anunciou os detalhes da construção de uma usina de etanol em Passo Fundo (RS), com investimento de R$ 556 milhões.

Durante o anúncio da nova planta, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que o aumento da mistura de etanol na gasolina pode passar de 27% para 30%.

“O Brasil já é um exemplo, e a ideia é que a mistura passe de 27% para 30%. Caso isso ocorra, vamos ter a gasolina mais limpa do mundo. O biodiesel gera emprego, desenvolvimento, preserva o meio ambiente.
A mudança climática é um fato e o Brasil é o grande protagonista no combate a essas mudanças”, disse.

Por outro lado, Alckmin não sinalizou quando isso pode ocorrer. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já havia sinalizado para à medida.

Além disso, o vice-presidente anunciou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizará R$ 20 bilhões em quatro anos, com taxa de 1,9% para pesquisa, desenvolvimento e inovação em biocombustíveis.

Etanol de cereais

O destaque fica para a produção de etanol anidro e hidratado, a partir do processamento de cereais como trigo, milho, triticale, arroz e sorgo.

Dessa forma, de acordo com a Be8, a planta entrará em operação em duas fases. Na primeira, em 2024, a capacidade de processamento será de 750 toneladas de cereais ao dia e a produção de etanol, de 111 milhões de litros anuais.

Na segunda fase, que está prevista para 2027, a capacidade diária de processamento será de 1,5 mil toneladas, enquanto a produção será de 220 milhões de litros ao ano.

Atualmente, o estado importa 99% de sua demanda de etanol e a nova fábrica vai suprir 23% dessa necessidade.

Nova planta de etanol e produção de glúten

O aporte de R$ 556 milhões para a planta é maior do que o previsto no protocolo de intenções. Há mais de um ano, a companhia assinou com o governo do Rio Grande do Sul para viabilizar o projeto.

Na ocasião, a empresa falou em desembolsar R$ 316 milhões. A unidade, que será a primeira do estado a produzir etanol em larga escala, terá capacidade de suprir quase 25% da demanda do Rio Grande do Sul pelo biocombustível.

Assim, a planta também fabricará subprodutos, como farelo de cereais. A Be8 prevê a produção anual de 155 milhões de toneladas de farelo para a cadeia de proteína animal na segunda fase do projeto.

Além disso, a Be8 anunciou investimento de R$ 300 milhões em linha de produção de glúten vital.

“Atualmente, todo o glúten consumido no Brasil é importado. Com este projeto inovador, a Be8 suprirá integralmente o mercado brasileiro, com capacidade para atender ao Mercosul também”, explica Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.

Dessa maneira, a integração da linha de produção ao processo do etanol permite aproveitar a mesma matéria-prima, extraindo a proteína do cereal para produzir o glúten e o amido para o biocombustível.

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