Economia

Ajuste em direcionamento e green bonds são desafios para crédito agrícola, diz Campos Neto

20 ago 2020, 10:58 - atualizado em 20 ago 2020, 11:11
Campos Neto
Segundo Campos Neto, houve intensificação da contratação de crédito rural a partir de março apesar da crise imposta pela pandemia de coronavírus (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou nesta quinta-feira que um ajuste dos direcionamentos bancários para o crédito ao agronegócio e o desenvolvimento do mercado de green bonds (títulos verdes) estão entre os desafios identificados para impulsionar os financiamentos ao setor, no âmbito do processo de modernização do arcabouço legal.

Em apresentação exibida em reunião virtual do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Campos Neto também citou, dentro desse escopo, a desburocratização do crédito rural oficial, o desenvolvimento do mercado de capitais voltado para o setor e a captação de investimentos estrangeiros.

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No longo prazo, a visão em relação ao tema é de financiamento privado para a cadeia do agronegócio, com o Estado subsidiando “apenas em situações que o mercado não atende satisfatoriamente”, disse ele, conforme a apresentação.

Segundo Campos Neto, houve intensificação da contratação de crédito rural a partir de março apesar da crise imposta pela pandemia de coronavírus, com aumento de 10,2% das concessões no ano agrícola de 2019/2020, que vai de 1º de julho a 30 de junho do ano seguinte.

Em julho último, houve avanço de quase 50% nas concessões sobre igual mês de 2019, acrescentou ele.

Quanto à política monetária, Campos Neto repetiu mensagem mais recente do BC de que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas que, por conta de questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para novo ajuste nos juros, se houver, deve ser pequeno.

A Selic está hoje em 2% ao ano, após ter sido reduzida em 0,25 ponto no início deste mês. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre em 15 e 16 de setembro.

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