Airbus fecha acordo com trabalhadores para corte de vagas e licenças
Os principais sindicatos franceses assinaram nesta segunda-feira um acordo trabalhista muito aguardado com a Airbus AIR.PA da Europa, cobrindo reduções de empregos e licenças para trabalhadores de produção afetados pela queda na demanda de jatos de passageiros causada pela epidemia de coronavírus.
Após três meses de negociações, os sindicatos que representam a maioria dos trabalhadores franceses da fabricante de aviões assinaram um acordo abrindo caminho para o corte de 4.200 empregos na França, incluindo 3.400 em Toulouse, capital aeroespacial da Europa, onde a Airbus está sediada.
Os sindicatos afirmam que o acordo evitará demissões compulsórias, embora o presidente-executivo Guillaume Faury tenha alertado recentemente a equipe de que medidas voluntárias não seriam suficientes.
Os sindicatos também assinaram um acordo implementando esquemas de licenças, apoiados pelo governo, para até 30% dos funcionários franceses envolvidos principalmente no trabalho de produção.
No total, a Airbus busca cortar 15.000 vagas entre seus mais de 130.000 funcionários e reafirmou esses planos depois que os mercados de aviação não conseguiram se recuperar da crise causada pela COVID-19 tão rapidamente quanto era esperado.
Mas a empresa informou que 1.500 empregos poderiam ser poupados se for mantido o apoio do governo para as licenças e 500 outros poderiam ser salvos pelo prometido financiamento do governo francês em um novo projeto de aeronaves livre de carbono.
Os acordos entram em vigor em 1º de janeiro.
“Durante a reestruturação, alcançamos nossa meta de ter zero dispensas compulsórias, que era nossa linha vermelha”, disse à Reuters Jean-François Knepper, negociador do sindicato Force Ouvriere.
Qualquer queda no número de pessoas que concordam em sair, em comparação com a meta da Airbus, pode ser resolvida prolongando o período de inscrição ou restringindo os salários por mais um ano, acrescentou.
Os funcionários da Airbus têm até 31 de dezembro para se inscreverem para a demissão voluntária, mas isso pode ser estendido até 31 de março.
O sindicato minoritário CGT recusou-se a apoiar o pacote, dizendo que ele falhou em descartar dispensas compulsórias ou ajudar a maioria dos funcionários.