Air France lidera campanha contra imposto verde diante de crise do coronavírus
A Air France-KLM está se posicionando contra a criação de impostos voltados a grandes emissores de gases causadores de efeito estufa, no momento em que o setor aéreo tenta superar a crise disparada pela queda de demanda devido à pandemia.
O grupo franco-holandês, que está sendo sustentado por 10,4 bilhões de euros em empréstimos estatais, corre risco de ter lidar com alta de carga tributária diante dos planos da União Europeia de elevar custos associados a indústrias que emitem muito carbono.
Enquanto os defensores da medida afirmam que ela já foi retardada por tempo demais, as companhias aéreas afirmam que o momento atual e intensidade da proposta vão custar mais milhares de empregos e prejudicar o desenvolvimento de tecnologias de emissão reduzida de carbono.
Novos impostos “não apoiam redução de emissões”, disse o presidente-executivo da Air France-KLM, Ben Smith, em resposta ao aumento de taxas na França.
“De fato, é contraproducente e vai nos privar de recursos que poderíamos investir em projetos ambienteais”, disse o executivo num evento online do setor neste mês.
A Comissão Europeia quer reduzir as emissões de gases estufa em 55% sobre níveis de 1990 na próxima década, ante patamar de 40% definido anteriormente.
A proposta inclui elevar a tarifa cobrada das companhias aéreas para 30 euros por passageiro de classe econômica nos voos de curta distância e para 400 euros no caso das passagens de classe executiva de voos de longa distância.
O nível atual é de 1,5 a 18 euros. Com base no tráfego de 2019, autoridades dizem que o setor pagaria 4,2 bilhões de euros.
A partir de 1 de janeiro, vai entrar em vigor na Holanda tarifas avaliadas em 220 milhões de euros com base em níveis de antes da crise.
O Greenpeace também abriu uma ação que cobra cortes maiores nas emissões em troca pelo pacote de 3,4 bilhões de euros à KLM.
As emissões de gases das companhias aéreas representa 2,5% do total global, mas devem triplicar até 2050.