Ainda vale a pena apostar nos fundos imobiliários indexados à inflação?
Em meio à desaceleração da inflação, o mercado também vem reduzindo suas projeções para o indicador, como mostrou o Relatório Focus do Banco Central, divulgado ontem (19).
Agora, analistas preveem inflação a 5,12% ao fim de 2023, enquanto a projeção para o IPCA era de 5,80% quatro semanas atrás. Sendo assim, as estimativas recuaram pela quinta semana seguida.
Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu 0,23%, desacelerando-se em relação à alta de 0,61% em abril. Com isso, o indicador de inflação subiu 3,94% no acumulado em 12 meses até o mês passado, de +4,18% em abril.
- É possível sonhar com dólar caindo ainda mais? Moeda fecha no menor patamar em 1 ano e analistas falam em R$ 4,50: É hora de comprar? Assista ao Giro do Mercado de hoje (20) e veja quais são as perspectivas. Aproveite e inscreva-se no nosso canal do Youtube e não perca as próximas.
Porém, enquanto o IPCA perde força, o investidor deve se perguntar: como ficam os fundos imobiliários indexados ao indicador?
Fundos imobiliários e a desaceleração da inflação
O sócio-fundador e diretor de investimentos da Vectis Gestão, Laercio Boaventura, avalia que os FIIs atrelados ao IPCA “são subestimados” pelo mercado e que ainda podem ser boas alternativas de investimento, mesmo diante do cenário inflacionário.
Como exemplo, ele conta que o fundo Vectis Juros Real (VCJR11), em que o valor do dividendo distribuído dividido pela cota de fechamento de abril, rendeu quase 140% do CDI. “E sobre a cota de fechamento de maio rendeu mais 120%”, acrescenta.
Boaventura ressalta que por esse motivo é recomendado que o investidor tenha uma parte da carteira exposta à inflação. No entanto, não apenas para proteção patrimonial e poder de compra, como também para ter melhor rentabilidade no longo prazo.
“Se o investidor olhar para um horizonte de investimento de longo prazo, ele tem a oportunidade de entrar em um fundo imobiliário com boa rentabilidade acima do título NTN-B“, diz.
Segundo ele, ainda considerando o VJCR11, no preço atual das cotas no mercado, a rentabilidade está acima da do título NTN-B (Tesouro IPCA+) em 5,48%. “Dado que o fundo remunera, em termos brutos, IPCA +11,4% ao ano. Enquanto a NTN-B com vencimento em 2026, hoje remunera o equivalente a IPCA + 5,61%”, explica Boaventura.
A pedido do Money Times, a Vectis listou seis FIIs indexados ao IPCA que estão com maior yield em junho.
FIIs indexados à inflação com bons retornos
Fundo | Ticker | Dividendo anunciado maio/23 | Preço da cota em 31/05 | Dividend yield mês (maio) |
---|---|---|---|---|
Habitat II | HABT11 | R$ 1,30 | R$ 92,49 | 1,41% |
Vectis Juro Real | VCJR11 | R$ 1,25 | R$ 92,35 | 1,35% |
Valore RE | VGIR11 | R$ 0,12 | R$ 9,14 | 1,31% |
Kinea Rendimentos Imobiliários | KNCR11 | R$ 1,24 | R$ 95,24 | 1,30% |
Kinea High Yield CRI | KNHY11 | R$ 1,25 | R$ 100,88 | 1,24% |
BTG Pactual Fundo de CRI | BTCI11 | R$ 0,11 | R$ 9,24 | 1,19% |