AgroTimes

AgRural deve cortar estimativa de milho verão por seca no Sul

06 dez 2021, 15:42 - atualizado em 06 dez 2021, 15:42
Milho
A AgRural projeta uma safra total de milho de 115,5 milhões de toneladas, sendo 21,66 milhões de toneladas no verão do centro-sul, o que deve ser revisado (Imagem: Pixabay/adege)

A safra de milho de verão do Brasil 2021/22 deverá ficar abaixo das previsões iniciais, uma vez que a estiagem e altas temperaturas têm afetado as lavouras ao Sul, afirmou a consultoria AgRural à Reuters nesta segunda-feira.

“Vamos cortar o milho verão, sem a menor dúvida”, disse a analista Daniele Siqueira, acrescentando que a consultoria trabalha na revisão de dados nesta semana, mas as informações disponíveis já indicam uma produção menor.

A AgRural projeta uma safra total de milho de 115,5 milhões de toneladas, sendo 21,66 milhões de toneladas no verão do centro-sul, o que deve ser revisado.

Mais cedo, a consultoria havia alertado em relatório que chuvas abaixo da média em novembro ao Sul do Brasil e previsões de um início de dezembro seco nessa região geram preocupações entre produtores de soja e milho.

O Rio Grande do Sul, onde a falta de chuva é mais sentida, é o principal produtor de milho verão do Brasil.

Além do cereal gaúcho, áreas de milho em pendoamento em Santa Catarina e no Paraná também podem ter prejuízos caso a previsão de tempo quente e seco se confirme, comentou a consultoria.

No restante do centro-sul do Brasil, que tem calendário mais tardio, o milho se desenvolve sob boas condições climáticas.

Esta semana deverá ser marcada por escassez de precipitações na maior parte da região Sul, incluindo áreas do Centro-Oeste como Mato Grosso do Sul, e parte do Sudeste (São Paulo), segundo dados do terminal Eikon, na Refinitiv.

Na próxima semana, há previsão de chuvas para o Paraná, mas o Rio Grande do Sul continuará com um padrão mais seco, segundo a meteorologia

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Soja

Para a soja ainda é cedo para se falar em qualquer revisão, uma vez que o Rio Grande do Sul planta mais tarde a oleaginosa em relação a outros Estados.

“Apesar de também precisar de chuva, e algumas áreas mais adiantadas do oeste do Paraná já estarem em fase de formação de vagem, os efeitos dessa seca sobre a soja são menores. É claro, há áreas plantadas na última semana no Rio Grande do Sul que precisam de chuva…”, comentou o analista Adriano Gomes, acrescentando que o problema também atinge Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

A projeção atual de safra de soja do Brasil é de um recorde de 145,4 milhões de toneladas, ante 144,3 milhões de toneladas no início de novembro.

Para a soja ainda é cedo para se falar em qualquer revisão, uma vez que o Rio Grande do Sul planta mais tarde a oleaginosa em relação a outros Estados (Imagem: Pixabay)

Segundo a AgRural, a previsão de pouca chuva para a primeira quinzena de dezembro acende o sinal de alerta para os produtores que têm soja recém-plantada, cuja germinação pode ser impactada pela estiagem, e para aqueles que já possuem talhões em fase reprodutiva, quando a demanda por umidade cresce.

Paraná e Rio Grande do Sul estão entre os três maiores produtores de soja do Brasil, juntamente com o Mato Grosso.

Os dados da AgRural mostram que 94% da área estimada para a safra 2021/22 estava plantada até a última quinta-feira, avanço de quatro pontos ante a semana anterior, versus 90% no mesmo período do ano passado.

“Devido ao tempo mais seco, apenas o Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm ritmo inferior à média”, disse a consultoria.

“No resto do país, por outro lado, a safra vai muito bem até o momento, e a expectativa é de que a colheita já comece por volta do Natal em áreas mais adiantadas de Mato Grosso”.