Agronegócio

Agrotóxicos: Maior número de marcas liberadas não incentiva uso mais intenso, apontam dados

04 jul 2019, 22:04 - atualizado em 04 jul 2019, 22:04
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“O que determina o consumo é a existência ou não de pragas, doenças e plantas daninhas”, explica o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa Agropecuária, Carlos Venâncio (Imagem: Pixabay)

O crescimento das marcas de agrotóxicos disponíveis no Brasil não se refletiu em um uso mais intenso dos defensivos, revelam dados publicados nesta quinta-feira (4) pelo Ibama. De 2016 para 2017, o número de registros passou de 277 para 405, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

No mesmo período, o valor total das vendas caiu de 541.861,09 toneladas para 539.944,95 toneladas, de acordo com o Boletim Anual de Produção, Importação, Exportação e Vendas de Agrotóxicos no Brasil, elaborado pelo Ibama. Os dados sobre comercialização em 2018 serão divulgados pelo Ibama em setembro.

“O fato de haver mais marcas disponíveis no mercado não significa que vai aumentar o uso de defensivos no campo. O que determina o consumo é a existência ou não de pragas, doenças e plantas daninhas. Os agricultores querem usar cada vez menos em suas plantações, pois os defensivos são caros e representam 30% do custo de produção”, explica o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa Agropecuária, Carlos Venâncio.

De acordo com uma nota distribuída pelo ministério, o número de defensivos registrados em 2018 foi de 450 e, nos seis primeiros meses deste ano, chegou a 211. O valor está na média dos dois últimos anos: no primeiro semestre de 2018, foram registrados 208 produtos e nos seis primeiros meses de 2017, o número de defensivos registrados chegou a 171. Em 2019, apenas um produto traz um ingrediente ativo novo

Segundo Venâncio, pelo fato de a demanda de defensivos estar relacionada à ocorrência de pragas no campo, espera-se inclusive que o registro de novos produtos ocasione no médio prazo uma diminuição no consumo.

“Além dos novos produtos serem menos tóxicos que os já autorizados, as exigências de dosagens a campo são significativamente menores quando comparados a produtos mais antigos. Temos novos produtos com dosagens eficientes de até 10 g de produto formulado/ha, podendo substituir produtos que demandam dosagens mais altas para controle das mesmas pragas agrícolas”, explica o coordenador.