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Agrotóxicos estão em salsicha, mortadela e outros processados consumidos pelo brasileiro, diz pesquisa

29 jul 2022, 11:02 - atualizado em 29 jul 2022, 18:20
Mortadela
Agrotóxicos estão presentes em alimentos ultraprocessados consumidos pelos brasileiros, segundo pesquisa elaborada pelo Idec. (Imagem: Divulgação/Perdigão)

Os agrotóxicos estão mais presentes na mesa dos brasileiros.

Alimentos ultraprocessados como salsicha, mortadela, linguiça, hambúrguer bovino,  frango empanado (nuggets), requeijão, iogurte e até achocolatados tem a presença de agrotóxicos, segundo pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Foram analisadas 24 amostras de alimentos ultraprocessados feitos à base de carne e leite e foi constatado que 58% dessas amostras tinham resíduos de agrotóxicos na composição.

O glifosato é o agrotóxico mais vendido no mundo. O herbicida é considerado como “provavelmente carcinogênico ou capaz de causar câncer”5, de acordo com a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer) da OMS (Organização Mundial da Saúde).

O glifosato e seu metabólito AMPA foram os compostos que mais apareceram nas amostras analisadas pelo Idec, cada um em nove dos 24 produtos avaliados.

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Resultados

Em três categorias de produtos de carne, como empanado de frango, hambúrguer de carne bovina e salsicha, todos os produtos analisados apresentaram resíduos de agrotóxicos.

No caso do requeijão, duas das três marcas averiguadas também demonstraram a presença de agrotóxicos nos produtos.

Entre as marcas que apresentaram presença de agrotóxicos nos alimentos processados estão Perdigão, da BRF (BRFS3), em produtos como mortadela, salsicha, hambúrguer bovino e frango empanado.

A Sadia, também da BRF, teve presença de agrotóxicos confirmada em salsicha, hambúrguer bovino e frango empanado.

Já a Seara, que pertence à JBS (JBSS3), teve agrotóxico presente nos seguintes produtos: linguiça, mortadela, hambúrguer bovino e frango empanado.

Outro lado

Em posicionamento, a Seara informou que forneceu ao Idec em março respostas técnicas detalhadas sobre os itens supostamente encontrados em seus produtos. Porém, os esclarecimentos não foram contemplados no relatório.

Segundo a Seara, todos os produtos avaliados respeitam os parâmetros para itens alimentares regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A empresa afirma que mantém vigilância ativa de controle de matérias-primas de origem animal, vegetal e mineral. Também possui laboratório próprio dedicado a pesquisas de resíduos e contaminantes.

“Reforçamos o compromisso com a qualidade dos nossos produtos Seara, que é reconhecida mundialmente”, afirmou, em posicionamento divulgado na tarde desta sexta-feira (29).

As unidades da Seara têm processos rigorosos de controle e são submetidas a inspeções públicas, além de auditadas por clientes dos mercados interno e externo.

Análise

Os produtos selecionados pelo Idec foram enviados para análise em laboratório acreditado pela Cgcre (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro), credenciado junto ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e utilizado pela Anvisa em testes de resíduos de agrotóxicos.

O instituto selecionou um dos testes mais abrangentes, com capacidade de detectar resíduos de até 653 agrotóxicos diferentes.

O Money Times acionou a Anvisa para posicionamento sobre o assunto, mas até o fechamento dessa reportagem não obteve resposta.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) também foi procurada.

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Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Veja na íntegra o estudo realizado pelo Idec: