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Agronegócio ganha importante aliado

07 fev 2023, 12:22 - atualizado em 07 fev 2023, 12:22
Paraná
“O agronegócio representa quase 30% no PIB brasileiro e ainda é sub representado no mercado de capitais”, diz o colunista (Imagem: Pixabay/huddlestonco)

Além de ampliar o acesso ao crédito rural, a desintermediação via mercado de capitais, promovida através do crescimento dos Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) traz um benefício a mais ao setor: o aprimoramento da governança corporativa e, por consequência, da sustentabilidade dos negócios.

Os gestores têm responsabilidade sobre os ativos que integram as carteiras dos fundos e,/ desta forma, exigem que as empresas candidatas ao crédito estejam em conformidade. E, é claro, aqueles produtores que contam com as melhores práticas de compliance são priorizados no processo de seleção de ativos.

É preciso lembrar que o objetivo de quem oferta o fundo é dar rentabilidade aos cotistas com risco controlado. E, neste sentido, o maior risco incorrido quando falamos de estratégia de investimento longo prazo, é o de inadimplemento.

A principal pergunta que o gestor precisa responder ao avaliar um negócio é se a empresa, em diferentes cenários, terá capacidade de gerar fluxo de caixa o suficiente para o pagamento da dívida dentro do prazo acordado.

No caso de empresas do agronegócio, a avaliação do ciclo do fluxo de caixa é mais complexa e precisa levar em conta diversos fatores como as sazonalidades, oscilações do mercado, variações climáticas, questões sanitárias, taxas de câmbio, fatores regulatórios e questões geopolíticas.

Além disso, ao escolher quais ativos irão compor a carteira, é importante observar a transparência da gestão, a qualidade das garantias ofertadas e se realmente o negócio é sustentável.

Somente através de uma análise aprofundada, é possível ter segurança de comprar o papel para segurá-lo até o fim.

Desta forma, padrões mais elevados de governança e medidas de compliance são vistos como essenciais para mitigar riscos que podem afetar direta ou indiretamente o valor da empresa, sua competitividade e, inclusive, até mesmo inviabilizar a continuidade dos negócios.

Muito se fala dos fatores macros no setor, no entanto, o risco de integridade que envolve toda a cadeia de produção tem impacto tão negativo quanto, seja no caso do envolvimento com atividades irregulares como desmatamento, trabalho escravo ou em casos de fraudes e corrupção.

O agronegócio representa quase 30% no PIB brasileiro e ainda é sub representado no mercado de capitais. A mudança deste cenário tem sido promovida pelos Fiagros, que vem atraindo novos investidores ao setor.

Entre janeiro e novembro de 2022, o número de pessoas físicas que passaram a investir na modalidade cresceu 417,3%, de 30,7 mil para 158,8 mil, segundo dados da B3.

Mas as responsabilidades dos gestores em ofertar estes papéis aos investidores é enorme e, à medida em que novas empresas desejam captar via este instrumento, ampliando sua representatividade econômica, precisam aprimorar controles, gestão, prestação de contas e transparência na tomada de decisão.

O desafio de captação através de novas fontes de financiamentos abre uma porta a mais para o ingresso de recursos com custo mais acessível e a exigida governança por parte dos gestores traz como benefício adicional a geração de valor e perpetuidade.

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