Agronegócio e petróleo devem levar Brasil a maior superávit comercial da série histórica
Errata. Diferentemente do que informamos antes, a matéria trata do superávit comercial, e não primário. O texto já foi corrigido.
O agronegócio é a principal força dos resultados alcançados pela balança comercial brasileira em 2023, diz o Itaú BBA.
Até agosto, o superávit comercial acumulado foi de US$ 62,4 bilhões, crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. E os recordes devem continuar até o final do ano, puxados por safras pujantes de soja, milho e celulose.
O Itaú BBA projeta que a balança comercial do Brasil termine 2023 com um superávit superior aos US$ 90 bilhões, o maior volume desde o início da série histórica, em 1989.
Ao contrário de outros ciclos, desta vez, o aumento do superávit comercial ocorre em razão da elevação do volume exportado, e não dos preços.
O saldo das exportações em relação às importações também tem a ‘ajudinha’ da disparada na produção de petróleo no país. A projeção da Opep é que o país possa produzir até 4 milhões de barris por dia no apagar das luzes de 2023.
Martin Castellano, diretor da América Latina pelo Instituto Internacional de Finanças, diz que, apesar das turbulências caudas pela taxação temporária sobre a exportação de petróleo, o setor de energia do Brasil se coloca como um fator-chave para o aumento das exportações.
“Uma base diversificada de exportações ajudará o país a alcançar um superávit comercial superior a 3% do PIB neste ano,”, pontua Castellano.
O superávit e a ‘Suíça’ da América Latina
O notável desempenho do agronegócio brasileiro em 2023 vem sendo acompanhando de perto por analistas internacionais, entre eles Robin Brooks, economista-chefe do IIF — ou, como também é conhecido, ‘careca do Goldman’ (em referência ao seu antigo emprego).
Brooks tem pontuado, com frequência, a força da balança comercial brasileira em 2023, o que, segundo ele, poderá fazer do país uma “Suíça” da América Latina.
Olhando para os dados de agosto, o economista-chefe do IIF avalia o Brasil como sendo a “grande superpotência do agronegócio no mundo”, refletindo uma melhora constante na exportação das commodities agrícolas. “Este ano não é uma exceção. O Brasil está crescendo”.