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Agronegócio de São Paulo cria 3,8 mil vagas de emprego e tem melhor abril em quatro anos

19 jun 2023, 10:45 - atualizado em 19 jun 2023, 10:45
Plano Safra
Nos anos anteriores, a criação de vagas no agronegócio paulista não chegou sequer à metade da registrada agora; produtores estão otimistas (Imagem: Pixabay/huddlestonco)

O agronegócio de São Paulo terminou o mês de abril com saldo positivo de empregos, com o número de admissões superando o de admissões em 3,8 mil vagas, segundo o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Com isso, o agro foi o setor que apresentou o maior crescimento percentual no estoque de empregos em relação a março, quando foi registrada uma alta de 1,1%. Trata-se do melhor resultado para o período nos últimos quatro anos.

Em 2022, o saldo de abril havia sido negativo, com o fechamento de 1,8 mil vagas. Vale destacar que, nos anos anteriores, a criação de vagas não chegou à metade da registrada atualmente, sendo 1.496 em 2020; e 1.027 em 2021.

O saldo positivo do agronegócio foi puxado, principalmente, pela cana-de-açúcar, seguida pelas atividades de apoio à agricultura (como preparação da lavoura), milho, café e atividades de apoio à produção florestal.

Entre os fatores que ajudam a explicar essa melhora, está a perspectiva de aumento da produção na safra 2022/2023 em relação ao período anterior, segundo um levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/APTA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).

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Projeções otimistas no agronegócio

O alto índice de chuvas registrado no fim do verão deste ano impulsionou a produtividade das lavouras, principalmente destas que registraram criação de emprego. A cana-de-açúcar, por exemplo, precisa de muito volume de água, distribuído ao longo dos dias, para ter um bom rendimento.

E o IEA prevê aumento de 1,9% de produtividade para a cultura em relação à safra 2021/2022. Outro caso é o milho safrinha, que tem perspectiva de aumento de 14% na produção deste ciclo.

Com o elevado volume de chuvas, a previsão para o café é de uma colheita 9,2% em relação à safra anterior, com 4,8 milhões de sacas (mais de 290 mil toneladas do produto).

Para o produtor Tamis Lustri, presidente do Conselho do Café da Região de Garça, essa realidade vai se traduzir em produtos melhores.

“Acredito que vamos ter mais qualidade nos cafés. Até porque esse ano foi espetacular por causa do volume hídrico”, afirma Lustri.

Assim, mais do que o aumento das vagas de emprego, a pesquisadora e vice-presidente do Instituto Agronômico de São Paulo, Regina Célia de Matos Pires diz que os empregos também estão mais qualificados.

“Um ciclo de produção com bom volume de chuva e de maneira distribuída leva a uma boa produtividade. Se existe uma demanda por alimento, como nós temos, e é possível conseguir uma boa remuneração, é de se esperar que o agricultor vá investir mais nas práticas culturais e nas tecnologias que utiliza. Então além da absorção de mão de obra, há também absorção de uma mão de obra mais qualificada”, explica.