BB mantém recomendação ‘neutra’ para frigorífico com potencial para disparar 103,7%; veja onde apostar no mês de março

Para o mês de março, o setor do agronegócio apresenta boas expectativas em relação à safra de grãos e guerra tarifária, podendo favorecer a exportação de proteínas pelas empresas brasileiras. Isso é o que destaca o BB Investimentos em relatório.
Segundo Georgia Jorge, quem assina o documento, as empresas brasileiras seguem sendo beneficiadas pela demanda aquecida no mercado interno.
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Dentre as empresas, o grande destaque do mês foi Minerva (BEEF3), subindo 11,1%, ante a queda de 8,7% em fevereiro. Além disso, a empresa carrega um potencial de alta de 103,7%, considerando um preço-alvo de R$ 10.
Apesar do potencial de valorização, a casa optou por manter a recomendação para neutra.
“Entendemos que potencial de valorização frente ao nosso preço-alvo ocorrerá somente após o mercado vislumbrar avanços na integração dos ativos e redução da alavancagem financeira, trazendo fôlego para um resultado líquido mais robusto”, diz.
O balanço referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24) do frigorífico sairá nesta quarta-feira (19), após o fechamento do mercado.
Outro destaque é SLC Agrícola (SLCE3), que vem apresentando desempenho consistente acima do Ibovespa, beneficiada pelas boas perspectivas para o agronegócio brasileiro.
Já na ponta oposta, visando um cenário de maior inflação alimentar e impostos de importação reduzidos para produtos concorrentes, a casa indica que M. Dias Branco (MDIA3) não têm conseguido superar o índice.
Confira a comparação do desempenho das ações entre fevereiro e março:
Desempenho apurado até 12 de março de 2025.
Agronegócio: O que esperar para o mês?
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Grãos
O último levantamento da Conab projeta 167,4 milhões de toneladas de soja para a safra brasileira
2024/25, uma alta de 13,3% em relação à safra anterior e 0,82% acima do último levantamento.
Segundo o relatório, a retração da relação estoque e uso mundial sustenta a cotação da soja acima dos US$ 10/bushel.
Já no caso do milho, a USDA projeta estoques iniciais inferiores na Argentina e no Brasil. Contudo, projeta uma relação estoque e uso mundial mais pressionada para a safra 2024/25, com déficit de 25,5 milhões de toneladas — o mesmo patamar das estimativas em fevereiro de 2025.
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Fertilizantes
Em fevereiro, os fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos apresentaram variação positiva na cotação em dólar. O relatório destaca a alta de 5,7% do MOP (Cloreto de Potássio) mês a mês.
Os preços seguem pressionados pelas desvalorizações do real e, com as cotações dos fertilizantes, há uma alta superior a 30% na comparação anual.
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Carne bovina
Em fevereiro, a escala de abates de carne bovina no estado do Mato Grosso ficou menos apertada, em torno de 9 dias, contribuindo para queda na arroba do boi.
Dados do Ministério da Agricultura indicam que, em fevereiro, houve retração de 2,6% de cabeças abatidas na comparação anual e de 5,0% em relação ao mês de janeiro deste ano. O abate de fêmeas teve alta de 0,6% mensalmente, mas queda de 0,2% anualmente.
Enquanto o preço no atacado retraiu, comparado ao mês anterior, as exportações seguiram fortes durante o mês, somando 190 milhões de toneladas em fevereiro — alta de 5,5% mensalmente e 6,4% anualmente.
Além disso, a captura pelo Brasil de 15% (simulação) das exportações norte-americanas para a China pode contribuir com um crescimento de 1,3% sobre o volume de 2024.
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Carnes de frango e suína
Os embarques de carnes de frango e suína registraram uma leve retração no volume abatido, combinado com exportações fortes. Dessa forma, levaram à alta no preço da proteína tanto no mercado interno, quanto no mercado externo.
Em 2024, a produção de carne de suína nos Estados Unidos foi de 12,6 milhões de toneladas, das quais 26% foram destinadas à exportação. O México, Canadá e China representaram, em conjunto, 51% do volume total exportado, equivalente a 1,6 milhão de toneladas, com destaque para a participação do México nesse montante.
Segundo o relatório, apesar da China ser a maior produtora mundial dessa proteína animal, ela também é a maior importadora, dado o alto consumo de carne suína pela sua população.
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Bebidas
O Índice de Confiança do Consumidor retraiu pelo terceiro mês consecutivo, impactado pela piora das expectativas para a economia. Isso porque, a renda real teve um novo avanço na comparação anual, apesar de perder o fôlego.
Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial de fevereiro manteve-se em 49,1 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando falta de confiança pelo 2º mês consecutivo.
Além disso, a produção de bebidas alcoólicas caiu em janeiro ante o mês anterior (-6,3%), enquanto a produção de não alcoólicos, registrou queda de 6,7%.
Na comparação anual, enquanto a categoria de alcoólicos recuou 4,2%, a não alcoólicos caiu 6,0%.
Comprar ou vender? Confira as recomendações:
Companhia | Ticker | Preço-Alvo | Potencial | Recomendação |
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Ambev | ABEV3 | 16,00 | 22,2% | Compra |
Minerva | BEEF3 | 10,00 | 103,7% | Neutra |
BRF | BRFS3 | 30,30 | 62,6% | Compra |
JBS | JBSS3 | 47,00 | 43,8% | Compra |
M. Dias Branco | MDIA3 | 30,00 | 32,8% | Neutra |
Marfrig | MRFG3 | 23,00 | 57,4% | Compra |
Ouro Fino | OFSA3 | 21,00 | 17,9% | Compra |
SLC Agrícola | SLCE3 | 26,00 | 41,0% | Compra |
Boa Safra | SOJA3 | 20,80 | 103,3% | Neutra |
As informações foram apuradas até o dia 12 de março por Bloomberg e BB Investimentos.