AgroGalaxy (AGXY3) reporta prejuízo ajustado de R$ 362,4 milhões no 2T24, piora de 40,9%; confira os números
O AgroGalaxy (AGXY3) reportou um prejuízo ajustado de R$ 362,4 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), um piora de 40,9% na comparação com o 2T23.
A receita líquida total da empresa, somados insumos e grãos, teve uma queda de 42,4% contra o 2T23, ficando em R$ 1,056 bilhão. A receita de insumos teve uma queda de 58%, para R$ 200,9 milhões, enquanto que a de grãos recuou 36,8%, em R$ 855 milhões.
De acordo com o CEO da AgroGalaxy, Axel Labourt, os resultados do 2T24 já eram esperados, por conta dos desafios enfrentados por todo o setor, mas a companhia já visualiza indícios de melhora. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 83,4 milhões, o que representa uma piora de 15% em relação a 2023.
“Neste ciclo, contamos com queda na produção da safrinha, estimativas de redução também na produção de soja e condições climáticas que impactaram o mercado em geral. Porém, já sentimos os efeitos das mudanças que fizemos nos últimos meses em mais eficiência operacional, além de oportunidades para seguirmos apoiando os produtores rurais neste cenário adverso. Vale destacar que notamos uma reação do mercado que nos indica que estamos preparados para esta retomada”, explica.
Empresa vê avanço na carteira e crescimento nas operações de barter
Do lado positivo, a empresa registrou crescimento de 30% na carteira de pedidos, entre os meses de junho e julho de 2024, e 19,5% na margem bruta no 2T24. A companhia registrou ainda recorde nas operações de barter, com 377 mil toneladas (2T24) ante 105 mil toneladas no mesmo período de 2023, representando 42% dos negócios da AgroGalaxy atualmente.
Houve também um aumento no mix de especialidades, segmento com maior margem bruta, que atingiu 17% no 2T24 versus 9,4% no 2T23, e a redução de vendas no segmento de fertilizantes, tradicionalmente de menor lucratividade, o que contribuiu para a expansão da margem bruta ajustada de insumos.
“Apesar do agricultor estar tentando maximizar suas margens, estamos conseguindo evoluir nas margens e no mix trimestre a trimestre. Será fundamental estarmos próximos ao produtor e esse primeiro semestre nos ajudou nesse ponto, nos dando um sinal de que vamos conseguir aproveitar as oportunidades no 2S24”, disse o CEO, ressaltando que os produtores tem adquirido apenas o necessário em volumes de insumos, o que traz novas oportunidades de negócios com melhores margens no fim do ano.
Quando perguntado se esse “atraso”, essa tendência de compra de insumos, Labourt comentou que esse é um comportamento que deve perdurar por mais tempo. “Pelos níveis ainda altos de inadimplência do setor, acho que isso deve levar mais uma safra para mudar”, comenta.