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AgroGalaxy (AGXY3) entra com pedido de recuperação judicial

18 set 2024, 16:58 - atualizado em 18 set 2024, 18:01
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Na manhã de hoje, o CEO e 5 conselheiros da empresa renunciaram seus cargos na AgroGalaxy; veja o comunicado da empresa (Foto: Divulgação)

A Agrogalaxy (AGXY3) entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (18), perto do fechamento do mercado. Na manhã de hoje, o CEO e 5 conselheiros da empresa renunciaram e Eron Martins assumiu o comando da empresa. A ação fechou com queda de 13,27%, em R$ 0,98.

De acordo com a companhia, o pedido de recuperação judicial busca proteger a companhia e suas subsidiárias a continuarem a cumprir suas obrigações.

Segundo Martins, o pedido é baseado na “solidez, confiança e transparência com que a empresa sempre conduziu suas atividades, o que dá confiança para empresa superar essa fase e crescer de forma sustentável”. A dívida líquida* totalizou R$ 1,5 bilhão em junho de 2024, uma redução de 9,8% vs. junho de 2023. 

O pedido de recuperação judicial do AgroGalaxy foi protocolado em caráter emergencial, diante do vencimento antecipado de certas operações financeiras, visando a proteção de seus ativos e de suas investidas e para viabilizar a readequação de sua estrutura de capital frente aos desafios do agronegócio brasileiro. Em paralelo, a companhia disse que vai adotar uma série de medidas visando a redução de seus custos e a otimização de suas operações.

“O AgroGalaxy tentou, de todas as formas, evitar recorrer à Justiça, mas a medida é necessária para proteger o negócio e, mais importante, permitir que a empresa siga trabalhando lado a lado com os agricultores”, comenta Eron Martins, CEO do AgroGalaxy.

Segundo a companhia, a conjugação da queda nos preços das commodities, eventos climáticos adversos, juros elevados e elevação dos custos de produção provocou um aumento expressivo na inadimplência dos produtores rurais, com forte impacto na liquidez da empresa. Um cenário desafiador que afetou a cadeia agroindustrial de forma geral. 

“Conduziremos todo o processo sempre com muita transparência e respeito a todos os envolvidos, especialmente os produtores rurais. Estamos seguros de que as relações estabelecidas com nossos clientes e fornecedores nos darão a base necessária para enfrentar este desafio, bem como seguirmos fortalecendo o agronegócio brasileiro”, discorre Martins. 

A companhia informou que seu conselho de administração aprovou ajuizamento de pedido de recuperação judicial da companhia.

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O que acontece com a companhia?

No acumulado de 2024, a ação recua 73,15% e no último ano, a queda é de 80,75%. Desde 2023, a AgroGalaxy enfrenta diversos desafios.

No ano passado, em 30 de junho, Welles Pascoal, responsável pelo IPO, voltou ao cargo de CEO da empresa, e alguns dias após o seu retorno, a empresa anunciou a demissão de mais de 40 funcionários, como você viu aqui no Money Times com exclusividade. Em 11 de julho, a companhia reduziu sua projeção para novas lojas para o ano.

Em agosto de 2023, duas semanas antes da empresa ver seu prejuízo disparar 139% no 2T23, o CFO da AgroGalaxy renunciou ao cargo. Já em setembro daquele ano, a companhia aprovou a negociação para alongamento de dívidas de curto prazo junto a credores. Após isso, no 3T23, a empresa reportou queda de 23% na receita líquida total, atingindo R$ 2,4 bilhões.



No final de 2023, o até então CEO Welles Pascoal conversou com o Money Times e reforçou que 2024 marcaria um ano de rentabilidade para a AgroGalaxy e que a manutenção de um caixa saudável sempre foi o mais crítico.

Já no começo de 2024, em fevereiro, a empresa anunciou que Axel Labourt, diretor vice-presidente de operações da AgroGalaxy, assumiria como novo CEO da companhia em 1º de março. Labourt ficou no cargo por pouco mais de 6 meses.

No último balanço, referente ao 2T24, a empresa reportou um prejuízo ajustado de R$ 362,4 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), um piora de 40,9% na comparação com o 2T23.

Veja o comunicado da AgroGalaxy