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AgroGalaxy (AGXY3): A ação que caiu quase 60% em 2023; CFO fala sobre renegociação de dívidas e reestruturação

28 set 2023, 18:27 - atualizado em 29 set 2023, 9:17
agrogalaxy dívidas
De acordo com o CFO, 2024 será um ano normalizado para AgroGalaxy em termos de preços de commodities e capital de giro (Foto: Divulgação)

A AgroGalaxy (AGXY3) aprovou ontem (27), em reunião do conselho de administração, a autorização para que os diretores negociem o alongamento do perfil de dívidas de curto prazo da companhia, via subsidiárias, com alguns credores.

O Agro Times ouviu com exclusividade o CFO da companhia Eron Martins, que deu detalhes sobre a operação e mostrou otimismo para companhia. 

De acordo com o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, o montante de R$ 839 milhões equivale a mais da metade da dívida de curto prazo da empresa, que até o fim de 2022 era de R$ 1,475 bilhão.

Martins destacou o acesso ao crédito bancário pela companhia, em um momento de aparente restrição de crédito no mercado brasileiro, principalmente após a derrocada da Americanas (AMER3).

“Ampliar as nossas dívidas de curto prazo para até três anos com Banco do BrasilSantander Brasil e Citibank é uma notícia que mostra o bom trabalho da empresa, é a comprovação que esses bancos entendem a AgroGalaxy, o agronegócio, e estão conosco. O alongamento vem para trazer mais robustez ao nosso balanço e é o que permite a gente em um mercado com certa volatilidade manter nossa estratégia de médio/longo prazo”, diz.

Eron explica que a operação permite que a empresa controle sua margem, reduza custos e melhore seu fluxo de caixa, dando mais tranquilidade para a safra 23/24 e 24/25.

A derrocada da ação em 2023

A AgroGalaxy é a ação do agronegócio que mais se desvalorizou em 2023, caindo 59,02% desde 2 de janeiro, com a empresa realizando reestruturações no corpo de funcionários durante o ano.

Perguntado sobre os prejuízos líquidos apresentados no 1T23 e 2T23, Martins ressalta que os primeiros dois trimestres têm pouca relevância em termos de faturamento e geração de Ebitda.

“Isso não é algo exclusivo para AgroGalaxy, e sim para o setor do agronegócio. Já que você ‘cuida’ da sua safrinha para colher bem em agosto, então esses menores números para os períodos são normais. O ‘jogo é jogado’ no 3T e 4T, que concentram o faturamento, porque você despacha o resto do fertilizante da semente e a parte de defensivos”, explica.

Martins comenta que 2023 contou com um contexto muito específico para os estoques.

“Toda cadeia terminou com níveis de estoques elevados vindo da indústria. Com isso, nós trabalhamos devolvendo e vendendo esse excedente. Dessa maneira, a margem foi um pouco mais degradada nos dois primeiros trimestres de 2023 justamente por esse processo de esvaziar os estoques. No 3T e 4T, estamos vendendo praticamente o produto comprado neste ano, com novos preços e voltando ao índice de normalidade de margens que vimos em anos anteriores”, discorre.

O CFO ressalta haver sinais claros que a margem do produtor rural já melhorou, o que mostra uma tendência de normalidade. “Passado esse ajuste que foi 2023, devemos ter um 2024 normalizado em termos de preços de commodities e capital de giro. O nosso dever de casa está sendo feito”, pontua.

A ação fechou a quinta-feira (28) com queda de 3,61%, aos R$ 4.

O diferencial da AgroGalaxy

Martins explica que a empresa é a única empresa de distribuição apenas de insumos.

“Temos algo parecido com a 3tentos (TTEN3), mas eles têm uma operação industrial. As outras são produtoras de grãos, como a SLC Agrícola (SLCE3), e produtoras de sementes, como a Boa Safra (SOJA3). Nós somos aquela empresa listada na B3 puramente de distribuição do agronegócio, e o que temos de diferencial é justamente sair do comum de comprar e vender produtos. A AgroGalaxy faz o que chamamos de venda consultiva, ou seja, ela leva ao produtor como o produto é aplicado e suas vantagens, o que faz com que tenhamos uma venda com melhor valor agregado e melhor margem”, analisa.

Por fim, o CFO ressalta que a prova desse diferencial fica para a liderança da empresa nas vendas de bioinsumos e fertilizantes especiais.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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