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Agrogalaxy (AGXY3) acredita que 1T22 começará a mostrar que nova oferta pública (CVM 400) será viável em 2023

29 abr 2022, 15:32 - atualizado em 29 abr 2022, 16:17
Agrogalaxy
Operações com insumos da Agrogalaxy devem crescer em 2022 mesmo com a alta dos preços (Imagem: Agrogalaxy/Youtube)

A intenção da Agrogalaxy (AGXY3) em fazer uma oferta pública pela instrução CVM 400 não morreu depois do IPO pela 476 em junho, de alcance restrito. A companhia acredita que em 2023 conseguirá chegar ao varejo da B3 (B3SA3) depois de apreciado pelo mercado os bons resultados aguardados em 2022.

No dia 16 de maio a rede de revenda de insumos e serviços agropecuários divulgará o balanço do primeiro trimestre de 2022 (1T22), mas apesar de já considerados positivos, o diretor financeiro e de relações institucionais, Maurício Puliti, pede encarecidamente que as corretoras e investidores entendam a dinâmica do setor na leitura dos dados.

Vamos lá. O 1T22 deverá ser superior ao igual período de 2021, mas não será necessariamente maior ao último tri em termos de receita líquida, pela razão de que a clientela de carteira faz pedido agora para faturar lá na frente, explica o CFO.

Ou seja, os insumos – fertilizantes, defensivos e sementes -, que representaram 66% dos R$ 6,6 bilhões de faturamento no ano passado, são contratados antes da safra. Nesse caso de 2022, estamos falando do ciclo 22/23.

Puliti, daí, relembra que o 4T21 teve um faturamento de 44% contra 19% dos três primeiros meses do ano, enquanto a carteira de pedidos ficou, respectivamente, em 12% e 47%.

Vende e fatura depois

O modelo não mudará em 2022, apenas os números do balanço de janeiro a março, que não podem ser divulgados, serão diferentes, já que, segundo diz, os números de contratos para entrega e faturamento futuros aumentaram, inclusive pela necessidade imposta pela guerra na Ucrânia no segmento de fertilizantes, por exemplo.

Aqui, entra nessa história a expectativa de elevação dos negócios com aumento do portfólio de bioinsumos.

A Agrogalaxy não limita o desempenho das ações na bolsa de valores, considerado acanhando por muitos analistas, a esse relativo grau de desconhecimento geral das operações do agronegócio no campo a sua relação com os fornecedores, apesar do ganho de 59,6% na receita líquida, a alta de 55% no Ebitda (R$ 394 milhões, em linha com 2020) e mais 42% de lucro líquido (R$ 151 milhões).

Mas não deixa por muito menos que isso. Quando diz que a agenda de calls e lives com os stockholders está acima da média do que ele conhece do mercado, fica dado o recado.

No caso de uma varejista como é a empresa, com ramificações complexas na estrutura do agronegócio, envolvendo produtores, indústrias e tradings, mais ainda adicionava o “novo” ao mercado.

Outro ponto é que na oferta pública para investidores selecionados, de R$ 350 milhões, depois que companhia desistiu da CVM 400, pensada em mais de R$ 1 bilhão, “pelas turbulências econômicas e políticas do 1º semestre”, as ações acabam também tendo uma liquidez menor, se refletindo nos preços dos papéis.

De todo modo, acredita Maurício Politi, a tendência é que a sequência de 2022 dará fôlego para que rompem a casa dos R$ 10, voltando a ficar próxima da cotação do dia do IPO, e, quem sabe, alcançar os R$ 13,75 que foi o preço indicativo. Nesta sexta (29) está em mais 2,40%, a R$ 9,40, às 15h15.

Consolidação das lojas

Feita a ressalva da dinâmica setorial, o CFO adverte que as 145 lojas do grupo estão a pleno andamento neste começo de ano, especialmente com as três incorporações de concorrentes comprados no final de 2021.

A dívida líquida, a ser conhecida em números no mês que vem, está dentro dos parâmetros de 2021 (2,0x Ebitida ajustado), sendo que, dos compromissos, 20% são de longo prazo, enquanto o resto tem prazos de vencimentos de 1 ano.

Mais uma vez, aqui, seguindo a dinâmica das operações agrícolas. Muito do que as indústrias financiam à Agrogalaxy, que depois financia seu cliente, é por um ano-safra.

Aquilo que fica de fora, não financiado pelos fabricantes, Puliti lembra que a Agrogalaxy roda o funding com bancos e com os CRAs, por exemplo.

Além de manter um grau importante nos negócios – em outro viés pouco compreendido fora do meio – nas relações de comerciais com os produtores e tradings, nos pontos compreendidos entre receber (pelas vendas) em grãos (e depois vendê-los pela cotação do momento) e terceirização de armazenamento.

Do faturamento de R$ 6,6 bilhões de 2021, excluindo os 66% do share de insumos, 1/3 foi de negócios com as tradings e 1/3 veio do barter.

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