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AgroForum: São Martinho (SMTO3) empata custo-venda do etanol e vê arbitragem de 40% a mais no açúcar

29 set 2022, 16:08 - atualizado em 29 set 2022, 16:22
São Martinho
mercado de açúcar se tornou fundamental para empresas como açúcar nesta safra

A São Martinho (SMTO3) está rodando a safra com um custo médio de R$ 2,60 por litro de etanol e, na semana passada, comercializou praticamente em torno desse valor bruto.

A empresa está empatando.

Como a companhia é considerada pelo seu CFO Felipe Vicchiato como o grupo usineiro com um dos menores custos do parque fabril brasileiro, equivale a dizer que boa parte das demais empresas está perdendo mais dinheiro ainda com o biocombustível.

O açúcar definitivamente acabou virando para o fiel da balança nesta safra 22/23, depois de começada com melhores expectativas para o etanol.

Hoje, remunerando em torno de até 40% a mais que o etanol, convertido ao preço da commodity em Nova York, consolida o mercado em um ciclo de produtividade da cana menor que no anterior, depois de dois anos de seca, explicou ainda o executivo, ao final do evento AgroForum 2022, realizado nesta quinta (29) sob organização do BTG Pactual.

Ao lado de Rafael Abud, CEO da FSBio Energia, pioneira em etanol de milho, Vicchiato surpreendeu ao não tecer críticas veladas à queda do ICMS para 18% à gasolina (e 17% para o etanol), proporcionando desvantagem ao produto das usinas e destilarias.

“Sempre achamos que os tributos sobre os combustíveis eram muito altos”, afirmou, lembrando que o setor tem que se adaptar, assim como com as quedas de preços que a Petrobras (PETR4) proporcionou ao combustível concorrente seguindo as quedas do petróleo.

Para ele, produtividade é mandatária no processo de produção, o que implica em redução de custos que absorvam questões conjunturais de mercado.

O CFO da São Martinho também acredita que os Créditos de Descarbonização (CBios) ainda serão importantes para as empresas do setor lastrearem investimentos, como está no contexto do RenovaBio.

E apesar dos “ajustes feitos este ano, que derrubou os preços para R$ 30 [negociado na B3]”, também se leva em conta as condições do setor, na medida em que menor produção de etanol também deprimiu os preços.

Felipe Vicchiato estava se referindo à postergação para 2023, pro parte do governo, à obrigatoriedade de as distribuidoras comprovarem as metas de compras de CBios deste ano, criticada unanimemente pelas indústrias e produtores de cana.

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