Agronegócio

Agroconsult vê atraso na colheita da 2ª safra de milho

27 maio 2020, 20:02 - atualizado em 27 maio 2020, 20:02
Milho
Segundo a consultoria, o Brasil terá colhido 22% da área até junho, 13 pontos percentuais abaixo da média de 35% alcançada em igual período da temporada anterior (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

A colheita de milho segunda safra 2019/20 do Brasil, que acaba de começar, estará disponível para o mercado mais tardiamente na comparação com o ciclo anterior, com um atraso dos trabalhos nos campos, apontou nesta quarta-feira a Agroconsult.

Segundo a consultoria, o Brasil terá colhido 22% da área até junho, 13 pontos percentuais abaixo da média de 35% alcançada em igual período da temporada anterior.

Em maio, os trabalhos de colheita encontram-se em fase inicial e devem chegar a 1% da área plantada, também com atraso, visto que no mesmo mês do ano passado a média era de 3%.

Em evento online do Rally da Safra, promovido pela consultoria, o coordenador do Rally, André Debastiani, afirmou que o atraso se deve ao plantio mais tardio, com muitas áreas semeadas fora da janela ideal, o que resulta em queda na produtividade.

A segunda safra de milho 2019/20 no Brasil está estimada em 71,7 milhões de toneladas pela consultoria Agroconsult, que rebaixou na véspera a projeção ante os 72,2 milhões vistos mais cedo no mês.

A produtividade média para a safrinha de 2019/20 está estimada em 90,1 sacas por hectare, 10,8% menor ante a média de 101 sacas por hectare obtida na temporada passada.

Debastiani disse que a queda não se deve somente ao clima pouco favorável nas regiões afetadas pela seca, como o Paraná, onde a produtividade estimada é 22% inferior, chegando a 78 sacas por hectare.

“Também temos uma redução em cima de uma base (comparativa) grande… Estamos comparando esta temporada com a safra passada que foi recorde em produção e produtividade de milho”, destacou.

Em Mato Grosso, por exemplo, a expectativa é de uma produtividade média de 106 sacas por hectare, considerada um resultado muito bom, disse Debastiani, mas ainda 6% aquém do desempenho de 2018/19.