Agroconsult eleva previsão de safra de soja do Brasil para 134 milhões de toneladas
A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá atingir 134 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira a Agroconsult, elevando sua projeção em 1,6 milhão de toneladas ante previsão anterior, após revisões positivas na produtividade esperada no Mato Grosso.
Segundo a consultoria, o principal Estado produtor de soja do Brasil já foi visitado pelos técnicos na expedição Rally da Safra, organizada pela Agroconsult.
“No médio-norte e no oeste (de Mato Grosso), as variedades tardias mantiveram bom potencial, compensando um pouco as perdas da soja precoce”, disse em nota o coordenador da expedição, André Debastiani.
Além de Mato Grosso, projeções positivas para o Rio Grande do Sul, que ainda será visitado pelos técnicos, contribuíram para a elevação da expectativa de produção nacional.
“As lavouras (gaúchas) se desenvolvem bem desde o fim do ano passado, após a regularização do clima, recuperando-se da seca nas fases iniciais do plantio”, afirmou.
Diante desse cenário, a estimativa de produtividade no Estado subiu para 55 sacas por hectare –na safra passada, marcada por uma seca severa, foram colhidas apenas 36,2 sacas por hectare.
A área plantada no país é estimada em 38,4 milhões de hectares, mesmo número divulgado na largada da expedição Rally da Safra.
Em relação aos números divulgados antes da largada do rally, houve apenas uma revisão negativa: a produtividade média esperada nas lavouras do Piauí caiu para 54,5 sacas por hectare, prejudicada por um período de estiagem em janeiro.
Debastiani disse que o principal problema agora é a lentidão da colheita no Centro-Oeste, pois chove praticamente todo dia desde o início do ano, em especial no Mato Grosso.
“É importante notar que não há gargalo operacional: o que limita a colheita é mesmo o clima. Se as condições climáticas não melhorarem, pode haver mais perdas de qualidade nas lavouras que estão ficando prontas, mas que não estão sendo colhidas na velocidade adequada”, afirmou Debastiani, notando que o cenário piora ainda mais o calendário para a segunda safra.