Agro versus Bradesco: além do churrasquinho grátis, de certeza mesmo é que nenhum vive sem o outro
Segunda (3), em paralelo ao movimento “Segunda com Carne”, os pecuaristas tentam ampliar a campanha para encerramento de contas no Bradesco (BBDC3) em desagravo por campanha publicitária recente da instituição, entendida pelo setor como associando a produção à poluição.
Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá. De certeza, mesmo, é que muita gente vai comer churrasquinho grátis nas portas das agências do Bradesco em boa parte do País, bancado com bois doados pelos ofendidos.
Certeza também é que o agronegócio não vive sem o segundo maior banco brasileiro, como também a recíproca é verdadeira, uma vez que a economia depende do setor.
Com restrições cada vez mais evidentes dos Planos Safras, o setor bancário privado financiou mais as cadeias produtivas e, portanto, delas passou a depender mais também.
A carteira do agronegócio do Bradesco, o maior repassador de crédito do BNDES, saltou de R$ 20 bilhões, há pouco mais de 3 anos, para fechar em 2021 com projeções de R$ 40 bilhões em recursos obrigatórios (Plano Safra) e a juros livres (dinheiro próprio), de acordo com informação recente de Roberto França, diretor de agronegócios.
Só deverá perder para o Itaú Unibanco (ITUB4), com R$ 54 bilhões em carteira ao agro.
Não computado, aqui, as negociações com títulos do agronegócio, que dependem das instituições privadas mais que das públicas.
O Banco do Brasil (BBAS3) é o recordista de sempre no direcionamento de crédito ao agronegócio, que somente nos 9 primeiros meses de 2021 somou R$ 215 bilhões, mais de 18,5% acima.