Agro tropical será vital no combate aos 4 cavaleiros modernos do apocalipse, diz ex-ministro Roberto Rodrigues

Rodrigues, que atuou como ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, teme que falta de lideranças globais represente uma erosão da democracia

Roberto Rodrigues, professor emérito da FGV e ex-ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, voltou a citar, nesta terça-feira (27), os quatro cavaleiros modernos do apocalipse, tema já havia abordado em entrevista ao Money Times.

São eles: segurança alimentar, segurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social.

“Esses quatro fantasmas assombram o mundo inteiro e ninguém está livre deles. Quem vai combatê-los é o agronegócio, o agro do mundo inteiro, mas principalmente o agro do cinturão tropical do planeta, que incorpora toda América Latina, toda África subsaariana e parte da Ásia. Esse cinturão tem terra para aumentar a área plantada e tecnologia para melhorar a produtividade, aumentando a oferta de alimentos, energia e gerando empregos”, disse, durante o 11º Congresso Brasileiro de Fertilizantes (CBFer), realizado pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) em São Paulo.

O ex-ministro afirmou que o Brasil desenvolveu a melhor tecnologia tropical sustentável em termos planetários. “Temos a capacidade de sermos o grande protagonista no combate a essas questões. Podemos liderar esse processo, mas é preciso uma estratégia integrada para logística, armazenagem, seguro rural e tecnologia”.

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O evento busca desmitificar o uso dos nutrientes, fundamentais para aumentar a produção de alimentos e commodities e fomentar a sustentabilidade no agro. 

Na abertura, estiveram presentes Eduardo de Souza Monteiro, presidente do Conselho de Administração da ANDA, Guilherme Piai, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, Tarcisio de Freitas, governador do Estado de São Paulo e Geraldo Alckmin, vice-presidente da república e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

No início do Congresso, o Roberto Rodrigues foi homenageado pelo seu trabalho pelo agronegócio brasileiro. Ele ressaltou que a há muitos anos questiona a falta de lideranças no mundo, principalmente em instituições multilaterais do planeta.

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“Instituições como a FAO e OMC perderam seu protagonismo e condições para estabelecer um mundo mais integrado e pacífico. Temos visto uma escalada de conflitos no mundo, sejam guerras na Europa e Oriente Médio, assim como eleições na Venezuela, e essas questões ficam por isso mesmo, não há uma postura de definição de rumos. Isso representar uma erosão da democracia no planeta Terra”, comentou.