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Agro é pop: Setor tem margem para lucrar? Confira dicas de investimento no agronegócio

16 fev 2024, 17:12 - atualizado em 16 fev 2024, 17:12
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O setor de agronegócio é uma das opções de investimento para os próximos anos, segundo analistas da XP Investimentos (Imagem: Pixabay/@alexsander)

O agronegócio, além de ser um setor importante, abre um leque de diversificações no segmento da economia. Sua resiliência em períodos de crises é uma vantagem significativa a ser considerada na composição de um portfólio de investimentos.

Devido ao grande peso no mercado como um todo, o setor está presente em diversos tipos de investimento. É possível encontrar ativos relacionados em renda fixa e variável, com diferentes níveis de risco, aos quais são voltados para todos os perfis de investidores.

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Renda Fixa

  • Certificado de Recebimento do Agronegócio (CRA)

Os certificados de recebíveis são títulos de renda fixa de crédito privado que representam uma promessa de pagamento futuro em dinheiro. Geralmente são escolhidos por investidores que fazem um investimento de longo prazo.

Nessa modalidade, há duas possibilidades de investimento, sendo elas: o CRA, que é um investimento para financiar atividades ligadas ao agronegócio, e o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), que capta recursos para financiar atividades ligadas ao setor imobiliário, residencial ou comercial.

  • Letra de Crédito Imobiliário (LCA)

O LCA, diferentemente do CRA, é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras públicas e privadas. O valor atingido é destinado, principalmente, para os empréstimos a produtores rurais que precisam do dinheiro para comprar maquinário e insumos. Em resumo, o investidor além de poder colher bons rendimentos, ajuda a impulsionar de forma indireta o setor.

Renda Variável

  • Fiagros

O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, nomeado de Fiagro, consiste em uma junção dos recursos de vários investidores para aplicação em ativos de investimentos, com possibilidade em natureza imobiliária rural ou atividades relacionadas à produção do setor.

O fundo tem uma ampla variedade de ativos para investimento, como: direitos creditórios, imóveis, valores mobiliários, ações ou cotas de sociedades, sempre no contexto das atividades integrantes da cadeia produtiva agroindustrial.

A receita do investimento é periodicamente distribuída para os cotistas, e é resguardado ao gestor do fundo definir a política de distribuição. Entretanto, diferentemente dos fundos imobiliários, não há obrigatoriedade regulatória de distribuir o resultado.

Essa opção de investimento isenta pessoas físicas do imposto de renda sobre rendimentos, desde que as cotas do Fiagro sejam admitidas à negociação exclusivamente na B3 ou no mercado de balcão organizado. Além disso, o fundo escolhido precisa possuir, no mínimo, 50 cotistas.

Fiagro: 4 dicas sobre o investimento

  • Gestão do fundo: opte por gestores com ampla experiência no mercado do agronegócio e com qualificação e histórico robusto.
  • Carteira de Crédito: um dos tipos de investimento dentro das carteiras dos Fiagros são os CRAs, que detêm risco de crédito da contraparte pagadora — no entanto, vale mencionar que não há proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma vez que se trata de operações não bancárias.
  • Indexadores da Carteira: os CRAs podem ter rentabilidade pré-fixada — ou seja, definida ou combinada no momento da aquisição —, pós-fixada — ligada a algum indexador: IPCA, IGP-M, CDI ou híbrida uma porção pré e outra pós-fixada. A XP ressalta a importância de conhecer a composição da carteira para entender os méritos e perfil de risco do fundo.
  • Liquidez: esse risco se traduz na dificuldade que o investidor poderia ter em vender a qualquer momento; se necessário, as cotas do seu Fiagro no mercado secundário.

Além disso, é válido ressaltar que, por se tratar de uma classe nova, alguns fundos ainda não têm uma liquidez elevada, portanto, é um ponto de atenção do investidor na hora de alocar seu capital.

Segundo analistas, é recomendável focar no longo prazo e na renda, além de alocar um capital menor para fundos com liquidez baixa.

Tendências para o setor no futuro

Além da estimativa de crescimento dos cultivos de grãos como amendoim, girassol, mamona, sorgo, aveia, canola, centeio, cevada e triticale, analistas da XP apontam que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vê margem para expansão da diversificação da produção comercial de frutas.

“Produtos de origem florestal, como a palma de óleo para o setor alimentício e de biocombustíveis também se mostram promissores”, apontam.

Em relação às proteínas animais, destaca-se o avanço da aquicultura, impulsionada pela demanda de consumo nacional e internacional.

Entre o período de 2005 e 2015, o setor do agronegócio cresceu 123%. Com isso, espera-se que haja um crescimento de mais 104% até 2025.

No entanto, a dependência do agronegócio em relação aos recursos naturais é um foco importante de atenção, apesar da tendência de intensificação de produção e da trajetória crescente e grande relevância para a economia brasileira.

A lista de riscos é enorme, incluindo, por exemplo, processos biológicos, mudanças climáticas e ciclos de produção. “A busca pela sustentabilidade é, portanto, fundamental para o desenvolvimento do setor”.

Segundo a Embrapa, a prática de irrigação deve se tornar mais eficiente.

“Outra preocupação é com a qualidade da água, uma vez que é no espaço rural que nascem os grandes mananciais de abastecimento”, afirma a XP.