Agro da Argentina sofrerá onda de calor sem chuvas nos próximos dias, diz bolsa
A maior parte da região agrícola da Argentina será atingida nos próximos dias por uma onda de calor acompanhada de pouca ou nenhuma chuva, adicionando pressão às condições adversas que as safras de milho e soja vêm sofrendo há semanas, informou nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC).
A Argentina é o segundo maior exportador mundial de milho e o principal fornecedor global de óleo e farelo de soja. A BdeC estimou uma colheita recorde de 57 milhões de toneladas para o cereal e para a oleaginosa uma produção de 44 milhões de toneladas.
No entanto, desde meados de dezembro, grande parte das principais áreas agrícolas do país deixaram de receber chuvas, enquanto as temperaturas aumentaram fortemente com a chegada do verão no dia 21 de dezembro, causando quedas na produtividade e temores de perda de área de plantio.
Nos próximos dias começará “uma onda de calor prolongada e intensa, que afetará grande parte da área agrícola. As chuvas continuarão baixas ou nulas na maior parte da área agrícola”, alertou a bolsa em seu relatório agroclimático semanal.
“Uma ampla área com temperaturas máximas próximas a 40°C cobrirá o leste da NOA (noroeste da Argentina), Paraguai, região do Chaco, a maior parte de Cuyo, a maior parte da região pampeana”, acrescentou o relatório.
O clima extremo ocorre em um momento em que o milho 21/22 semeado antecipadamente está em estágios fundamentais de desenvolvimento e definindo rendimentos.
Na terça-feira, o agrônomo chefe da BdeC avaliou que, devido a esse clima, poderia haver redução da estimativa de colheita mais adiante.
De acordo com o relatório desta quinta-feira da bolsa, na última semana o percentual de lavouras de milho em condições entre ótimas e boas caiu de 58% para 40%, enquanto os lotes com condições de razoáveis para ruins aumentaram para 21%, de 8% na semana anterior.
Enquanto isso, a falta de água acompanhada de altas temperaturas também pode gerar perdas na área de soja 2021/22, cuja semeadura até a semana passada estava 86,8% concluída. O plantio do milho estava 77,3% concluído.