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Agricultores do país reclamam de problemas nas entregas de herbicidas e citam riscos

08 fev 2022, 12:16 - atualizado em 08 fev 2022, 13:25
Agronegócio Agricultura Grãos
Não ficou imediatamente clara a razão do problema no mercado, as empresas envolvidas ou se ocorre no atacado ou no varejo (Imagem: Pixabay/InsaPictures)

Associações de agricultores do Brasil apontaram nesta terça-feira problemas nas entregas de herbicidas, que teriam sido comercializados mas não entregues por empresas, o que colocaria em risco lavouras de milho do país, assim como a dessecação da soja para a colheita.

As entidades afirmaram “que receberam nas últimas semanas inúmeras reclamações de produtores de todo o país que adquiriram o herbicida atrazina, usado na cultura do milho, mas que até agora não receberam o produto das empresas que o comercializam”, segundo comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil).

A Aprosoja disse que o problema também afeta os filiados à Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

“Diante deste cenário de incertezas, Aprosoja Brasil e Abramilho vêm a público manifestar preocupação com o desabastecimento de produtos no mercado brasileiro, o que coloca a segunda safra do milho sob forte ameaça”, afirmou.

O atrazina é o principal herbicida para a cultura do milho.

Não ficou imediatamente clara a razão do problema no mercado, as empresas envolvidas ou se ocorre no atacado ou no varejo.

No final do ano passado, um especialista da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que muitos produtores só conseguiram receber insumos agrícolas após pagar um valor adicional, em meio a custos crescentes dos produtos.

Associações de produtores também pediram ao governo federal providências sobre a alta de preços de defensivos e o cancelamento de pedidos.

Segundo a nota da Aprosoja nesta terça-feira, reclamações sobre cancelamento de entregas também envolvem o herbicida Diquat, utilizado para dessecação da soja, “e que também está em falta no mercado”.

Conforme as entidades, diante da baixa oferta de defensivos, os produtores correm o risco de não conseguirem produzir o milho.

“Isto porque este (atrazina) é o único herbicida para ervas daninhas de folha larga, e que também é usado para controle da soja RR voluntária entre as plantas de milho”, disse.

O milho segunda safra, em rotação com a soja, é responsável pelo abastecimento de mais de 70% do suprimento do mercado brasileiro do cereal.

A falta do herbicida, afirmou a Aprosoja, cria ainda mais dificuldades para os produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e de parte de São Paulo, “que foram seriamente atingidos pela estiagem na primeira safra de milho, e traz impactos também ao consumidor final”.

Diante disso, o setor pede a liberação e registros de empresas que tenham condição de produzir volumes de atrazina suficientes para o abastecimento do mercado brasileiro na safra atual, assim como seja liberada a importação de produtos de países do Mercosul.

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