Agricultores da Argentina pedem cortes de impostos diante de seca e preços baixos
Os grupos de agricultores da Argentina pediram nesta quinta-feira (16) que o governo de Javier Milei conceda cortes de impostos para o setor, diante de uma situação “crítica” devido à seca e aos baixos preços das safras.
A Argentina é um grande produtor de soja e milho, ambos atingidos pela falta de chuvas desde o final de dezembro.
A solicitação do setor agropecuário vem um dia depois de a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) realizar um forte ajuste em sua estimativa de safra, sinalizando que a produção de soja em 2024/25 será inferior ao inicialmente esperado.
Os dirigentes das quatro principais entidades rurais do país solicitaram uma reunião com o ministro da Economia e o secretário da Agricultura “para solicitar a imediata desoneração fiscal, através da redução de impostos… e da eliminação de ‘de direitos de exportação'”.
Na Argentina, as exportações de soja são atualmente taxadas em 33%, e as exportações de milho e trigo em 12%. As remessas de óleo e farelo de soja estão sujeitas a um imposto de 31%.
As empresas agroexportadoras repassam essas taxas aos produtores agrícolas por meio do preço que eles pagam pelos grãos.
O Ministério da Economia argentino não respondeu de imediato quando questionado pela Reuters sobre o pedido de reunião com o setor rural e sua reivindicação tributária.
“As condições climáticas… somadas à depressão dos preços internacionais e aos altos custos de produção afetam a atividade”, diz o comunicado assinado pela Sociedad Rural Argentina (SRA), Federación Agraria Argentina (FAA), Confederaciones Rurales Argentinas (CRA) e CONINAGRO.
Milei, um economista ultraliberal de direita, foi eleito no final de 2023 com forte apoio do setor rural, a quem prometeu eliminar os impostos de exportação, embora tenha alertado que não seria capaz de fazê-lo no início de sua administração devido às dificuldades econômicas na Argentina.
As exportações agrícolas são a principal fonte de divisas para uma economia argentina que luta para controlar sua inflação, que, embora tenha caído drasticamente em 2024, terminou acima de 100% ao ano.