Agricultores argentinos ameaçam protesto se governo elevar tarifas de exportação
As maiores associações rurais da Argentina poderão realizar protestos caso o governo do país aumente as tarifas sobre exportações de alimentos para tentar controlar a inflação, disse um líder do setor nesta quarta-feira, horas antes de uma importante reunião com o presidente argentino.
Em meio a uma prolongada crise econômica, o presidente Alberto Fernández acusou os produtores agrícolas de serem um dos motores da inflação, que chegou a 36% em 2020, e alertou que a alíquota das tarifas de exportação serão elevadas se não estes não propuserem mecanismos para o abastecimento do mercado interno a preços mais baixos.
Os líderes das associações rurais da Argentina, uma das maiores fornecedoras de alimentos do mundo, têm uma relação tensa com o presidente de centro-esquerda, que os irritou com suas declarações.
“Não vamos aceitar nenhum tipo de aumento nas retenções (impostos)”, disse à Reuters o presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Jorge Chemes. “Será tomada alguma medida de protesto caso o governo avance com esses medidas.”
Os dirigentes das quatro principais entidades agrícolas da Argentina tinham reunião com Fernández marcada para as 15h30(horário local), no palácio presidencial, para tentar chegar a um acordo.
“Vamos deixar bem claro que não vamos aceitar que o campo seja acusado de ser um fator de inflação nos produtos alimentícios, principalmente porque nossa participação não atinge mais de 20%”, afirmou o lider da CRA.
Chemes participa da reunião com Fernández junto com representantes da Sociedade Rural Argentina (SRA), da Federação Agrária Argentina (FRA) e da Coninagro, as outros três grandes associações agropecuárias do país.