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Agora, usuários do The Graph podem ganhar dinheiro com a validação de dados em blockchain

09 jul 2021, 15:23 - atualizado em 09 jul 2021, 15:23
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The Graph se apresenta como um mercado de fornecedores de serviços que assegura que os dados continuem sendo de código aberto e que dapps continuem a ser executadas ininterruptamente (Imagem: The Graph/Blog)

A curadoria de dados em blockchain “é um mercado aberto e competitivo agora”. Isso, segundo The Graph, que divulgou novos recursos que visam descentralizar o processo de criação e organização de suas ferramentas de indexação em blockchain.

The Graph se tornou uma ferramenta popular entre desenvolvedores da Ethereum, que usam suas interfaces de programação de aplicações (APIs, na sigla em inglês), chamadas pela empresa de “subgraphs” (ou “subgrafos, em português), para obter e consolidar informações que estão espalhadas por diferentes transações pelo blockchain da Ethereum e pelo Interplanetary File System (IPFS).

As novas ferramentas que a startup, sediada em São Francisco, está lançando irá facilitar — e rentabilizar — curadoria de subgrafos por usuários. A ideia é que desenvolvedores descubram subgrafos mais rapidamente sem a necessidade de um agregador ou publicador centralizado.

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A curadoria de subgrafos

Usuários do The Graph já estavam realizando a curadoria subgrafos, desenvolvidos para obter tipos específicos de dados exigidos para que uma aplicação descentralizada (dapp) — como, por exemplo, o serviço descentralizado de streaming de vídeos LivePeer — funcione sem problemas.

Porém, a curadoria começou “para valer” ontem (8), com o lançamento do mercado de curadoria, segundo Yaniv Tal, cofundador da Edge & Node, criadora do protocolo The Graph, em entrevista recente ao The Block.

A iniciativa faz parte dos esforços contínuos de descentralização do The Graph. A plataforma está transacionando de um serviço hospedado de forma centralizada a outro, que será operado por uma rede descentralizada.

Até agora, 20 mil desenvolvedores criaram 16 mil subgrafos hospedados no serviço de hospedagem centralizada do The Graph. Oito dapps — LivePeer, Audius (AUDIO), UMA, mStable, Reflexer, Opyn, PoolTogether e DODO — migraram para o protocolo descentralizado.

O novo mercado de curadoria está em conformidade com o que Tal prometeu em 2020, após uma paralisação ter deixado muitas aplicações off-line.

Ele disse que, no futuro, desenvolvedores não terão mais de publicar seus subgrafos diretamente ao serviço de hospedagem do The Graph e que “indexadores independentes” irão “hospedar nós e processar solicitações em um mercado aberto”.

Ele acrescentou que “curadores” irão “organizar dados e sinalizar quais subgrafos são úteis e precisos.

Como isso funciona na prática? Quando um curador encontra um bom subgrafo, o sinaliza usando Subgraph Studios — o novo núcleo de criação de subgrafos do The Graph, também lançado nessa quinta-feira (8).

Uma pessoa sinaliza que um subgrafo contém informações úteis, segundo Baptiste Greve, gestor de produtos na Edge & Node.

Se outros concordarem sobre a utilidade do subgrafo, também irão sinalizá-lo. Quanto mais sinais tiver um subgrafo, é mais provável que gere taxas por pesquisa, que podem ser convertidas em recompensas.

“Você possui o incentivo de selecionar bons subgrafos que realmente estão sendo usados”, disse Greve.

Embora o anúncio do The Graph afirme que qualquer um com um celular possa se tornar um curador, Greve nota que a pessoa precisará de uma carteira MetaMask — geralmente, na forma de uma extensão para navegadores — para receber os pagamentos.

Embora curadores do protocolo The Graph possam obter receita, Tal destaca que a receita é baseada em uma curva de ligação (“bonding curve”) — a relação entre o fornecimento e o preço de um token: quanto menos oferta, mais baixo será o preço e vice-versa.

“Curadores podem ganhar ou perder dinheiro por meio da curadoria com base na economia da curva de ligação”, disse Tal. “Então, é importante que curadores entendam os subgrafos que estão sinalizando, bem como a dinâmica dessas curvas de ligação.”