Opinião

Agora Financial: Os investidores não gostaram do que aconteceu

03 ago 2019, 19:00 - atualizado em 02 ago 2019, 15:54
Wall-street
(Imagem: Pixabay)

Por Agora Financial

Caro leitor,

Enfim, Wall Street está com taxas de juros mais baixas.

Conforme esperado, o corte de 0,25 pontos na taxa básica de juros norte americana foi anunciada ontem à tarde, mas o mercado não se deu por satisfeito.

Mais tarde, durante o seu discurso, Powell desanimou os investidores ao sugerir que não se tratava de um novo ciclo de cortes de juros.

Dessa maneira, embora tampouco tenha declarado explicitamente que esse seria um corte isolado, bastou Jerome Powell abrir a boca para que o “short selling” começasse.

Todos esperavam que as ações reagissem positivamente depois que o corte da taxa foi oficializado, mas claro, o mercado não dá a mínima para as expectativas dos investidores.

No final do dia, o Dow terminou 300 pontos no vermelho.

O S & P 500 e o Nasdaq caíram mais de 1%.

O ouro – vejam só – também recuou e terminou o dia no negativo, embora o senso comum diga que os metais preciosos devem se fortalecer se as taxas continuarem caindo.

Se não bastasse, também houve uma avanço considerável da moeda norte-americano em direção à novos patamares para 2019.

Há uma série de razões pelas quais o Fed (e a Casa Branca) não querem ver um dólar mais forte.

Um deles é que um dólar mais forte reduz a inflação nos estados, mas uma das razões pelas quais o Fed reduziu as taxas é justamente tentar aumentar a inflação. Esse trabalho fica mais complicado se o dólar estiver fortalecido.

Enquanto Wall Street demonstrava toda a sua insatisfação com o discurso atrapalhado do presidente do FED, Jerome Powell, ao menos uma empresa tinha motivos para comemorar: a Apple.

Os resultados divulgados foram bem recebidos pelos investidores na sessão de ontem e, mesmo em meio à toda turbulência, as ações que chegaram a testar as máximas de setembro do ano passado, conseguiram encerrar o dia com ganhos de 4%.

No fim das contas, o relatório trimestral não foi tão ruim quanto todos pensavam que seria.

O lucro líquido da Apple no último trimestre caiu 13% para US $ 10,04 bilhões ante US$ 11,5 bilhões registrado um ano antes.

Ao mesmo tempo, a receita aumentou 1%, passando de US$ 53,3 bilhões para US$ 53,8 bilhões.

Em entrevista ao jornal The New York Times, Luca Maestri, chefe de finanças da Apple, disse que os lucros caíram por conta das margens mais estreitas devido às taxas de câmbio.

Em nenhum momento Maestri mencionou que a queda das vendas do seu principal produto, o Iphone, também impactou os resultados.

Mas o fato é que as vendas do iPhone continuaram a cair neste trimestre, caindo 12%. Ao que parece milhares de pessoas optaram por pagar seus aluguéis a gastar a bagatela de US $ 1.500 em um novo telefone.

“Obviamente passamos por um período em que vimos alguns declínios de receita”, disse Maestri ao NYT ontem. “Mas estamos muito animados com os roteiros de nossos produtos e estamos muito otimistas em relação ao futuro”.

Por outro lado, a mudança de foco da Apple para seus serviços de assinatura (Apple TV, Apple Music e Apple Don´t Leave Us, por favor) foi recompensada com um ganho de receita de 12% para cerca de US $ 11,5 bilhões.

Seu negócio de “wearables” ou acessórios cresceu quase 64%, para US $ 5,5 bilhões, superando o iPad em vendas pela primeira vez.

Na China, onde as vendas de iPhones continuam a cair, o número total de usuários de dispositivos da Apple cresceu neste trimestre, impulsionando um aumento nas vendas de serviços.

Os investidores continuam ansiosos pela capacidade da Apple de inovar e crescer sem Steve Jobs.

Quem sabe agora com esse projeto revolucionário da Apple que descobrimos…

E que poderá recompensar uma outra empresa pouco conhecida da maioria com grandes retornos…

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