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Agora Financial: Escolha binária no Varejo

24 ago 2019, 17:04 - atualizado em 23 ago 2019, 15:23
Afinal, por qual razão as pessoas sairiam de casa quando a Amazon Prime oferece entrega gratuita no mesmo dia? (Imagem: Melissa Lyttle/Bloomberg)

Por Agora Financial 

Caro leitor,

O apocalipse do varejo está se aproximando…

Os shoppings centers estão jogados às moscas. As prateleiras estão vazias. As vendas estão em queda livre…

A grande culpada de tudo isso?

A Amazon, é claro.

Afinal, por qual razão as pessoas sairiam de casa quando a Amazon Prime oferece entrega gratuita no mesmo dia?

À medida que mais americanos optam por encomendar seus produtos via smartphone, o as demais lojas de varejo, especialmente aquelas que existem fisicamente, se aproximam se um colapso total.

Uma das vítimas que já aparece enterrada sob os escombros do terremoto Amazon é a Macy’s que, depois de um segundo trimestre desastrosos, registou uma queda importante na semana passada.

Com uma desvalorização de mais de 15% na quarta-feira após a divulgação dos resultados, as perdas se estenderam para o restante da semana, empurrando a cotação em direção às mínimas de 2011.

Muito parecido com Sears, JC Penney e outras lojas moribundas, é difícil acreditar que a Macy’s continue no mercado por muito mais tempo. Basta ir à uma das suas lojas para você entender o que eu estou falando.

Desde o seu topo histórico em 2015, as ações recuaram mais de 70%. Ao que parece, a única utilidade da Macy’s é poder usar seus estacionamentos vazios para ensinar o seu filho a dirigir.

Para piorar as coisas, as tarifas assustaram todos no setor de varejo.

Segundo a CNBC, a Macy’s já tentou aumentar os preços em alguns itens em resposta às tarifas. Obviamente que isso acaba por espantar os poucos turistas que estejam passeando pelas lojas da franquia.

Apesar do domínio da Amazon, a Walmart Inc. (NYSE: WMT) é uma das poucas varejistas tradicionais que mostra poder para reagir e prosperar diante desse novo modelo de negócio.

O CEO do Walmart, Doug McMillon, disse em julho que admira a Amazon por sua inovação e foco no cliente.

(Imagem: Pixabay)

Não devemos interpretar esses comentários como um sinal de que o Walmart está desistindo da boa briga.

Na verdade, os comentários de McMillon provavelmente servirão como um grito de guerra para tornar o Walmart mais implacável do que nunca. Afinal, o Walmart precisa da Amazon como benchmark e motivação para tornarem melhores em todos os aspectos.

Nós também entendemos que a disputa está apenas começando e até aqui o Walmart tem feito um bom trabalho para se manter na cola da Amazon.

Enquanto outros varejistas definham nesta temporada de resultados, o Walmart se saiu muito bem. A varejista revelou grandes lucros no segundo trimestre e aumentou sua projeção, registrando seu quinto ano consecutivo de ganhos em vendas.

As vendas de comércio eletrônico também estão em alta, 37%, informa a CNBC. O forte impulso do Walmart para reforçar suas ofertas on-line está claramente valendo a pena …

O Walmart tem uma forte presença on-line e continua a pressionar seriamente o mercado de alimentos – algo que até mesmo a Amazon não conseguiu realizar.

Lojas físicas dão ao Walmart uma vantagem porque é significativamente mais fácil conseguir mantimentos para os clientes.

Opções como entrega e coleta na loja permitem que os clientes obtenham o que precisam da maneira que escolherem. Ao mesmo tempo, a empresa encontra maneiras de inovar e descobrir como operar com sucesso na economia da Internet.

Por outro lado, Macy’s e outras franquias típicas de shopping centers como JC Penney, Sears e Bed, Bath and Beyond estão sendo deixados para trás.

Portanto, por mais que sejam marcas conhecidas, não se deixe levar pela tentação de compra-las achando que estará fazendo um bom negócio.

Entendo que se você deseja apostar na manutenção do consumo elevado, em especial no setor de varejo, as únicas opções viáveis são Amazon e Walmart.