Economia

Agora Financial: Economia americana desacelerou, e agora?

29 jul 2019, 19:15 - atualizado em 29 jul 2019, 19:15

Por Agora Financial

Caro leitor,

Com base nos dados econômicos divulgados na última sexta-feira, ainda que os consumidores tenham feito a parte deles, o crescimento econômico desacelerou consideravelmente no segundo trimestre.

O crescimento no segundo trimestre do ano caiu de 3,1% no primeiro trimestre para 2,1%.

É verdade que os dados apresentados ficaram acima das previsões dos economistas e analistas que imaginaram um crescimento em torno de 1,9%, mas o sinal de alerta foi acionado mesmo assim. Em resumo, o relatório divulgado sinaliza águas potencialmente agitadas pela frente para a economia.

Os gastos dos consumidores aumentaram 4,3%, bastante acima dos 1,1% registrados no período anterior.

As pessoas foram às compras em quase todos os setores (carros novos, roupas, comida e bebida) e em alguns casos até de forma descontrolada ou irracional.

Mas enquanto o povo americano se mostra entusiasmado com a possibilidade de ter uma nova TV 8K de 65” na sala, as empresas americanas diminuíram os investimentos consideravelmente.

Para se ter uma ideia, os investimentos empresariais recuaram 0,6%, a maior queda em três anos e meio, sugerindo um certo desconforto dos empresários com o rumo da economia para apostar em novos projetos.

Dentre as principais causas, aparentemente as grandes empresas estão evitando gastos e investimentos até que a incerteza criada pela guerra comercial EUA-China seja definitivamente solucionada.

Uma nova rodada de negociações voltarão a acontecer nesta segunda-feira e, pela primeira vez desde maio, haverá uma nova tentativa para resolver a disputa comercial.

Por conta dos dados apresentados – e da leve pressão que Donald Trump tem feito para manter a economia aquecida até as eleições – a possibilidade do FED agir e cortar as taxas de juros em 0,25 pontos ganharam ainda mais força.

Enquanto os dados econômicos jogaram água no chopp do investidor, a gigante do varejo online tem motivos para comemorar o otimismo e disposição dos consumidores.

É bem verdade que a Amazon enfrentou custos de frete bem mais altos, mas não se pode encarar os resultados como ruins.

As vendas da Amazon continuam crescendo e a receita do segundo trimestre superaram as estimativas.

Muito disso é resultado da estratégia e do esforço da empresa para que as entregas aos clientes Prime ocorressem em apenas um dia (do inglês, One Day Shipping).

Os executivos da Amazon disseram que essa transição foi de certa maneira um choque para o sistema logístico como um todo, fazendo com que os custos com transportes saltassem consideravelmente durante o trimestre.

É evidente que isso tem um custo, algo que talvez os investidores não vejam com bons olhos em um primeiro momento, afinal, tem um impacto direto no lucro líquido da empresa.

Na sexta-feira, as ações da Amazon registraram uma queda de mais de 2,5% e, ao que tudo indica, esse movimento continuará pressionando as cotações no início dessa semana.

Mesmo que as ações da Amazon recuem um pouco mais, é difícil imaginar que esse revés nos lucros produza algum dano de longo prazo no valor de mercado da Amazon que, diga-se de passagem, é de quase US $ 1 trilhão.

A Amazon já percorreu esse caminho antes. A empresa tem uma história longa e bem-sucedida de instituir mudanças radicais e novos programas que podem prejudicar a lucratividade inicialmente, mas que no final contribuem para o crescimento e, de quebra, ajudam a levar as ações a novos patamares.

O reinado da Amazon está longe de acabar.

Enquanto isso, outra queridinha do consumidor americano, a Starbucks Corp. (NADSAQ: SBUX) deve iniciar a semana renovando suas máximas depois de ter elevado as projeções mundiais de crescimento.

A empresa, aliás, até aumentou as previsões de lucro e receita para o ano todo.

“As vendas nas lojas americanas abertas há pelo menos um ano cresceram 7%, impulsionadas pelo crescimento de 3% no movimento nas lojas da franquia”, informa a CNBC.

Vale destacar que os analistas previam um crescimento de apenas 4,4% para o período., mas esse incremento é resultado da estratégia da empresa para atrair os clientes em diversos horários, inclusive oferecendo opções de Happy Hour.

Com as ações acumulando valorização de quase 50% no ano, os números bastante otimistas deixaram os investidores animados, reforçando a possibilidade da empresa continuar sua jornada de sucesso dos últimos meses.

Abraços,

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