Ágora atualiza prévias para Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) e altera preço-alvo para ambas; é hora de comprar?
A Ágora Investimentos atualizou as perspectivas para o setor de papel e celulose em relatório divulgado nesta semana. A expectativa é de que a demanda global por celulose cresça em 1,3 milhão de toneladas em 2025, com a Suzano (SUZB3) sendo a empresa melhor posicionada para se beneficiar do momento.
A corretora vê a Suzano como a melhor opção do setor e recomenda compra dos papéis, com um novo preço-alvo de R$ 85,00, que representa um crescimento de cerca de 9% em relação à expectativa anterior (de R$ 78) e um potencial de alta de aproximadamente 36,6% em relação às cotações de fechamento da última quarta-feira (29).
Segundo os analistas, a empresa deve turbinar seu desempenho no ano, com o crescimento da produção, decorrente da nova fábrica da empresa em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul (MS), anteriormente chamada de Projeto Cerrado.
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Para a Klabin (KLBN11), a Ágora vê a empresa se beneficiar de um dólar mais forte e do aumento nos preços da celulose, mas adota uma postura mais cautelosa. A recomendação é neutra e preço-alvo foi reajustado para R$ 24, recuando 4% do anterior (R$ 25).
Um dos motivos da preocupação é uma desaceleração da atividade econômica no Brasil, que pode ser um obstáculo nos segmentos de papel e embalagens.
O que a Ágora espera do setor de celulose?
De acordo com a Ágora, os preços da celulose entraram em um ponto de virada desde novembro do ano passado, com altas se materializando nos últimos meses. Vale lembrar que a Suzano comunicou seus clientes sobre reajustes realizados nos meses de janeiro e fevereiro.
Entretanto, os analistas destacam que os mercados de celulose parecem estar vulneráveis a quaisquer choques de oferta, dadas as expectativas de que não ocorra nenhum crescimento significativo da oferta entre 2025 e 2027.
A corretora vê tendências mistas em relação às regiões, sendo que uma recuperação de volumes na Europa e América do Norte devem compensar uma queda na China. Em relação a capacidade de fornecimento de fibra curta, o país asiático deve continuar em crescimento, mas em ritmo mais lento que nos últimos anos.
As estimativas de preço da celulose de fibra curta foram reajustadas para refletir a nova expectativa de oferta e demanda. Os valores esperados são, em média, de US$ 600/tonelada em 2025 e US$ 620 em 2026 (frente aos US$ 625 e US$ 645 esperados anteriormente).
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Expectativas para resultados de Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3)
A Ágora e o Bradesco BBI elevaram as projeções de receita líquida da Klabin para R$ 19,4 bilhões em 2024, um aumento de 2% em relação à projeção anterior.
Já as projeções para 2025 e 2026 também foram ajusstadas em cerca de 8%, chegando a R$ 23 bilhões no último ano.
Porém, na visão dos analistas, o lucro líquido da empresa deve ficar cerca de 10,7% menor do que a projeção anterior para 2024. Contudo, a recuperação pode vir já nos anos seguintes, com as projeções sendo ajustadas para cima em 7,1% em 2025 e 11,6% em 2026, chegando a R$ 3,8 bilhões.
Já a Suzano, apontada como a principal escolha do setor, teve a expectativa de crescimento da receita líquida em 2024 reajustada em 1,8%.
Nos anos seguintes, a projeção é de que os números disparem, com reajuste das expectativas em 12,4% para 2025 e 14,5% em 2026, saindo de R$ 47 bilhões para R$ 59 bilhões no intervalo entre 2024 e 2026.
A respeito da alocação de capital, os analistas afirmam que, embora os investidores estejam atentos a um próximo movimento de M&A, a projeção é de que a empresa reitere seu foco em ativos de papel e embalagens de pequeno a médio porte nos Estados Unidos e na Europa.
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